Fraude em aposentadoria envolvendo Funai e indígenas passou por Goiás, indica PF
Os crimes investigados incluem corrupção, advocacia administrativa, falsificação de documentos e estelionato previdenciário

A Polícia Federal iniciou nesta quarta-feira (29), a segunda fase da Operação Sangradouro, que investiga um esquema de fraudes envolvendo servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) e lideranças indígenas. Os alvos da operação são suspeitos de falsificar documentos para obter aposentadoria.
Os crimes investigados incluem corrupção, advocacia administrativa, falsificação de documentos e estelionato previdenciário. Segundo a PF, a operação cumpre 15 mandados de busca e apreensão em cidades de Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal, incluindo Barra do Garças, Pontal do Araguaia, General Carneiro, Aragarças, Piranhas e Brasília.
A fraude teria causado um prejuízo estimado superior a R$ 64 milhões aos cofres públicos, com 552 retiradas liberadas até o momento. Além dos documentos falsificados, a PF apreendeu armas, munições e dinheiro em espécie durante as diligências.
Operação Sangradouro
De acordo com as investigações, iniciadas em 2021, o esquema envolveu a adulteração de dados pessoais, como o registro de nascimento dos indígenas para que eles pudessem aposentar mais cedo. Os servidores da Funai facilitavam a emissão de documentos como o Registro Administrativo de Nascimento de Indígenas (RANI) e a Certidão de Exercício de Atividade Rural, fundamentais para o processo de aposentadoria.
Esses documentos foram usados para realizar registros de nascimento falsos e garantir a obtenção de CPF e identidade. Os envolvidos também buscaram empréstimos consignados utilizando essas transferências fraudulentas.
Os investigados poderão responder por crimes de falsificação de documentos, estelionato, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema público. As ações da Polícia Federal tem como objetivo desarticular o esquema e evitar que mais aposentadorias fraudulentas sejam concedidas, evitando um prejuízo ainda maior aos cofres da União.
A primeira fase da operação ocorreu em 2023 e resultou em 19 ordens judiciais cumpridas, na apreensão de documentos, na prisão de um suspeito e no afastamento temporário de servidores públicos.