Hidrovia

Governos de Goiás e São Paulo definem reabertura da hidrovia Paranaíba-Paraná-Tietê

// Os governos dos Estados de Goiás e de São Paulo acertaram nesta quinta-feira a…


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Os governos dos Estados de Goiás e de São Paulo acertaram nesta quinta-feira a reabertura da Hidrovia Paranaíba-Paraná-Tietê, após quase sete meses de suspensão da navegação em função da crise de abastecimento de água em território paulista. Em reunião para tratar da reabertura, em São Paulo, os secretários de Meio Ambiente e Infraestrutura de Goiás, Vilmar Rocha, e de Energia e Mineração de São Paulo, João Carlos Meirelles, marcaram a retomada da navegação na hidrovia para este sábado.

“É uma excelente notícia para Goiás e para a região Centro-Oeste. Uma grande vitória depois de uma luta nossa e do governador Marconi Perillo para que a hidrovia fosse reaberta”, comemorou o secretário Vilmar Rocha. Segundo o titular da Secima, desde o início do ano passado ele e o governador “entraram de cabeça nessa questão” e participaram de uma série de audiências com o Governo de São Paulo e com o Governo Federal para retomar a navegabilidade da hidrovia.

A reabertura já havia sido prometida pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em agosto do ano passado, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio. À época, ele chegou a dizer que a volta da navegação dependeria da retirada de pedras no fundo do rio, na região de Buritama (SP), e que para isso seria preciso investimentos.

A manutenção da hidrovia é de responsabilidade do Departamento Hidroviário de São Paulo (rio Tietê), da Administração das Hidrovias do Paraná (AHRANA) – órgão da sociedade de economia mista federal vinculada ao Ministério dos Transportes – e da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP).

Em Goiás, a hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná possui um porto instalado em São Simão, na região Sudoeste Goiás. A estrutura é importante para o escoamento de grãos, principalmente milho, soja e subprodutos, e chega a transportar até 8 milhões de toneladas por ano.

“Esse transporte é mais econômico, o que deixa nossa produção com preços mais competitivos, favorecendo a economia do Estado”, explica Vilmar Rocha. “Ela também evita o transporte por rodovias, uma vez que a capacidade de cada barca que navega por ela equivale à carga de cerca de 180 caminhões”, informou.

Interrupção

A hidrovia é uma das mais importantes vias de navegação do Brasil. Com 2,4 mil quilômetros de extensão, está situada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do país e é responsável pela navegação e transporte de cargas e passageiros, ao longo dos rios Paraná e Tietê. Ela está fechada desde maio de 2014, gerando grandes prejuízos no escoamento de grãos, principalmente de Goiás e Mato Grosso.

A interrupção da navegabilidade gerou prejuízo de pelo menos R$ 685 milhões e resultou na demissão de 1,4 mil trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Armadores da Navegação Fluvial de São Paulo. A Justificativa do governo paulista para o fechamento remetia à forte seca na região Sudeste do país e à necessidade de maior vazão para as usinas hidrelétricas.

Detendo um sistema de eclusas que permite a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nos dois rios, a hidrovia possui doze terminais portuários ao longo de uma área de 76 milhões de hectares. A entrada em operação desta hidrovia impulsionou a implantação de 23 pólos industriais, 17 pólos turísticos e 12 pólos de distribuição. Além de gerar cerca de 4 mil empregos diretos.

Segundo dados oficiais, apenas a hidrovia do Paraná movimentou, em 2010, cerca de 3,7 milhões de toneladas de cargas. Em 2011, a hidrovia Tietê-Paraná movimentou aproximadamente 5,8 milhões de toneladas de carga.

Alcoolduto

Durante a audiência, em São Paulo, o secretário Vilmar Rocha conversou também com o secretário João Carlos Meirelles sobre a instalação de um alcoolduto entre Uberaba e Itumbiara. A dutovia deve ser a terceira etapa do SEDA (Sistema de Escoamento Dutoviário de Álcool e Derivados) que já tem seu primeiro trecho em operação, entre Paulínia a Ribeirão Preto, com 208 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 12 milhões de m³ por ano de etanol. A segunda etapa, que possui 143 quilômetros de extensão, liga Ribeirão Preto a Uberaba.