Coronavírus

Há uma semana com mais de mil óbitos por dia, Brasil perdeu 220 mil pra covid

Desde o início da pandemia de covid-19, mais de 220 mil pessoas morreram em decorrência…

Há uma semana com mais de mil óbitos por dia, Brasil perdeu 220 mil pra covid
Goiás registra 94 mortes pela Covid de sexta-feira para sábado

Desde o início da pandemia de covid-19, mais de 220 mil pessoas morreram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Nesta quinta-feira (27), o país ultrapassou ainda o marco de 9 milhões de infecções e, há uma semana, mantém média de mais de mil óbitos diários.

Nos últimos sete dias, a média registrada de mortes pelo coronavírus foi de 1.049. As informações são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde.

De quarta (26) para quinta-feira (27), o Brasil computou 1.319 novas mortes por covid-19, elevando o total de óbitos para 220.237 desde o começo da pandemia. Houve 64.895 casos confirmados da doença nas últimas 24 horas em todo o país, o que elevou o número de infectados para 9.000.485.

Isso não indica quando as mortes e casos de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.

As médias móveis verificadas na segunda (25) e na terça (26) foram, respectivamente, 1.055 e 1.058 — os valores foram os mais altos desde 4 de agosto (1.066). A variação na comparação com 14 dias atrás foi de 5%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos.

Das regiões, apenas o Sul teve queda (-27%). Norte (93%) foi a única região a apresentar aceleração. Centro-Oeste (15%), Nordeste (6%) e Sudeste (1%) registraram estabilidade.

Dos estados, 11 mais o Distrito Federal tiveram estabilidade. Nove apresentaram aceleração e seis tiveram queda.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, referência mundial no monitoramento da covid-19, o Brasil é o terceiro país com o maior número de casos da doença, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia (com 25.504.894 e 10.689.527, respectivamente). Em mortes, apenas os EUA (426.907) aparecem à frente do Brasil. A instituição divulgou os números no início desta tarde.

O Brasil chegou hoje a mais de 1,2 milhão de vacinados contra a doença. No total, 1.248.821 pessoas foram imunizadas até o momento, de acordo com dados fornecidos pelas secretarias de saúde de 20 estados e do Distrito Federal.

Dados da Saúde

Pelo segundo dia seguido, o Brasil registrou mais de 1,2 mil novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (27) que foram computados 1.283 novos óbitos de ontem para hoje. O país também superou a marca das 220 mil mortes causadas pela doença.

Na terça-feira (26), pelos números do Ministério, foram cadastradas 1.214 novas mortes por covid-19. No total, 220.161 pessoas morreram desde o início da pandemia.

Houve 63.520 diagnósticos positivos para o novo coronavírus nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, o total de infectados em todo o país subiu para 8.996.876.

De acordo com o governo federal, 7.877.337 pessoas se recuperaram da doença, com outras 899.378 em acompanhamento.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (1%)
  • Minas Gerais: aceleração (24%)
  • Rio de Janeiro: estável (-12%)
  • São Paulo: estável (0%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (64%)
  • Amazonas: aceleração (151%)
  • Amapá: queda (-31%)
  • Pará: estável (10%)
  • Rondônia: aceleração (29%)
  • Roraima: aceleração (100%)
  • Tocantins: queda (-22%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (13%)
  • Bahia: estável (7%)
  • Ceará: aceleração (57%)
  • Maranhão: queda (-17%)
  • Paraíba: estável (5%)
  • Pernambuco: queda (-16%)
  • Piauí: aceleração (23%)
  • Rio Grande do Norte: estável (-6%)
  • Sergipe: estável (-4%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (6%)
  • Goiás: aceleração (20%)
  • Mato Grosso: aceleração (44%)
  • Mato Grosso do Sul: estável (-10%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-37%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-22%)
  • Santa Catarina: estável (-12%)

Butantan cogita exportar vacinas antes de acabar imunização em SP

O Instituto Butantan, ligado à USP (Universidade de São Paulo) e financiado pelo Governo de São Paulo, poderá vender doses a outros países da América do Sul mesmo que a vacinação dos grupos prioritários não tenha sido concluída no Brasil ou no estado.

De acordo com o diretor do instituto, Dimas Covas, tudo dependerá se o Ministério da Saúde comprar ou não as 54 milhões de doses da CoronaVac, acordadas previamente. Se não, as remessas podem ser destinadas à Argentina.

Em janeiro, o contrato de compra das 46 milhões de da CoronaVac pelo ministério incluía a possibilidade de mais 54 milhões de doses a serem entregas posteriormente, ainda neste ano. O contrato deste segundo lote, diz o Butantan, ainda não foi firmado.

“Ofereci [as vacinas] ao ministério na semana passada, aguardo resposta até o final dessa semana, porque semana que vem vou fechar contrato com países, iniciando pela Argentina. Essa manifestação é importante para que não possa alegar que não houve essa oferta. Essa oferta está sendo feita via contrato”, afirmou Covas, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira (27).

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.