CONFUSÃO

Homem com mesmo nome de condenado fica preso 40 dias por engano em MT

O nome Diego da Silva é bastante comum no Brasil, mas uma infeliz coincidência levou…

Homem com mesmo nome de condenado fica preso 40 dias por engano em MT
Homem com mesmo nome de condenado fica preso 40 dias por engano em MT (Foto: Reprodução/Freepik)

O nome Diego da Silva é bastante comum no Brasil, mas uma infeliz coincidência levou um soldador de 35 anos a ficar mais de um mês preso, por ser homônimo de um condenado no Mato Grosso. A coincidência entre os dois foi tanta que as mães de ambos também têm o mesmo nome, o contribuiu para que a polícia e o Poder Judiciário cometessem o erro.

O UOL conversou com a defensora pública Corina Pissato, uma das responsáveis por reverter a prisão do homem e ela explicou que Diego foi detido em abril, enquanto caçava e estava com a posse irregular de uma arma de fogo, no dia 09 de abril.

“Ele não foi preso por ser o outro condenado, mas por posse ilegal de arma de fogo e somente depois disso é que houve a confusão”, justifica. Segundo ela, o delito de Diego não era grave o suficiente para que uma prisão preventiva fosse pedida.

A partir do momento da prisão, Diego, que é morador de Mozarlândia (GO), mas trabalhava como soldador numa balsa que faz o trajeto entre a cidade e Cocalinho (MT), viveu uma sucessão de coincidências que o fez ser confundido com um condenado que já estava preso num presídio de Várzea Grande (MT), complicando seu caso.

“Ele estava sem nenhum documento pessoal porque havia caído no rio e ele não tinha se preocupado em tirar novos”, conta Corina ao dar detalhes sobre a história. “Na prisão, não foi coletada a digital do Diego e a única prova era o nome, que era o mesmo de outro preso”, continua.

Na audiência de custódia, diante de uma juíza no MT, ele explicou que não tinha nenhuma dívida com a Justiça e que era morador de Goiás e não do Mato Grosso, mas de pouco adiantou.

“Com o mesmo nome dele e da mãe, a Justiça decidiu mantê-lo preso por ser homônimo e há uma previsão legal para isso”, continua. Diego foi encaminhado para a Penitenciária de Água Boa (MT).

Corina lembra, no entanto, que foi a Defensoria Pública quem se debruçou sobre o caso para solucioná-lo, já que o homônimo foi condenado por roubo e está preso na penitenciária de Várzea Grande (MT).

“Entrevistamos ele três vezes para ouvir a história e saímos atrás de provar que esse Diego não era o mesmo que havia sido condenado”, conta.

A Defensoria reuniu no Cartório da cidade em que o homem foi registrado uma cópia da Certidão de Nascimento que mostrava a primeira diferença: a data de nascimento. Depois disso, foi a vez do segundo passado. “Confrontamos as impressões digitais e, assim, conseguimos provar que foi um erro”.

Diante das provas, a Defensoria entrou com um pedido de revogação da prisão e que foi concedido. Agora, faltam poucos trâmites, mas a previsão é de que Diego seja solto ainda hoje. “Não fosse a gente ter ouvido e investigado a história, ele ficaria preso indefinidamente”, comenta Corina.

Mas a soltura de Diego será o primeiro passo para sua regularização. Ele ainda terá que tirar novos documentos e, depois disso, garantirá que seu nome não constará como preso. “Ele terá um novo RG e vai poder viver normalmente”, finaliza a defensora pública.