JULGAMENTO

Justiça aceita denúncia e PMs acusados de executar jovem colocada na viatura viram réus em Goiânia

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) aceitou a denúncia do Ministério Público (MPGO) e…

PMs são indiciados em caso de jovem achado morto após ser colocado em viatura, em Goiânia (Foto: Reprodução - PC)

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) aceitou a denúncia do Ministério Público (MPGO) e tornou réus os quatro policiais militares acusados de executar o jovem Henrique Alves Nogueira, que foi filmado ao ser colocado dentro de uma viatura durante uma abordagem, em Goiânia.  O homem de 28 anos foi encontrado morto na noite do último dia 11 de agosto. Na tarde do mesmo dia ele foi colocado dentro da viatura dos policiais sem demonstrar resistência.

O caso foi aceito pelo TJ na terça-feira (25), a data do julgamento ainda não foi divulgada. Os PMs serão julgados pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e que impossibilita a defesa da vítima. Um laudo da perícia apontou que Henrique se ajoelhou diante dos policiais antes de ser baleado.

Os policiais foram presos no dia 16 de agosto e denunciados no último dia 21.

Abordagem e execução

Conforme apurado, no dia anterior ao crime, Henrique teria sido abordado por ser suspeito de roubo e colocado em uma viatura no Jardim Vila Boa, mas conseguiu fugir e levar a algema. Os policiais o localizaram e cobraram R$ 100 pelo objeto, além de afirmarem que iria mata-lo. Por volta das 8h da manhã do dia seguinte, O jovem foi novamente abordado no Jardim Europa, revistado e colocado na viatura. Depois disso, desapareceu.

Os familiares registraram um boletim de ocorrência por desaparecimento e na manhã do dia 12 de agosto, receberam uma ligação do Instituto Médico Legal (IML) com a notícia da morte.

Confronto com a PM

De acordo com a denúncia, os mesmos militares que abordaram Henrique entraram em contato com a Delegacia de Homicídios para comunicar uma troca de tiros em uma estrada de terra no Residencial Real Conquista, onde o jovem teria sido baleado e não resistido. No entanto, o laudo da perícia apontou que o rapaz foi colocado de joelhos em frente aos policiais e atingido por quatro tiros, sendo um na cabeça.

O Juiz Eduardo Pio Mascarenhas determinou que uma simulação dos fatos seja feita e que a Polícia Civil apure com mais detalhes a prisão de Henrique no dia anterior a sua morte, quando conseguiu fugir com as algemas.

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