JUDICIÁRIO

‘Mãe’ de bebê reborn desiste de processo sobre licença-maternidade

Mãe de bebê reborn pleiteava rescisão indireta do vínculo empregatício, benefícios trabalhistas e indenização

Médica suspeita de mandar matar farmacêutica para ficar com criança mantinha quarto com bebê reborn
Médica suspeita de mandar matar farmacêutica para ficar com criança mantinha quarto com bebê reborn (Foto ilustrativa: Pixabay)

A recepcionista de um estabelecimento comercial em Salvador, na Bahia, desistiu de um processo que estava movendo contra a empresa em que trabalhava após ter sido negado um pedido de licença-maternidade dela para cuidar de um bebê reborn. A mulher retirou a ação porque virou motivo de chacota.

A advogada que representa a recepcionista argumentava, na petição, que o processo pleiteava a rescisão indireta do vínculo empregatício “em virtude do abalo psíquico diário” a a cliente dela está sofrendo no trabalho por conta do fato de a filha ser um “objeto inanimado”.

A defesa informou que o bebê reborn foi batizado como Olívia Campos Leite, e que a “mãe” “criou um legítimo afeto e profundo vínculo materno com a filha reborn”. “Embora não gestado biologicamente, [o bebê] é fruto da mesma entrega emocional, do mesmo investimento psíquico e do mesmo comprometimento afetivo que toda maternidade envolve”, alegou a defesa, afirmando que o bebê “não é mero objeto inanimado”, mas, sim “sua filha […] portadora de nome, vestida com ternura, acolhida nos braços e no seio emocional da autora, que dela cuida, vela, embala e protege, como qualquer mãe”.

A defesa disse também que, depois de requerer a licença-maternidade, a mulher foi vítima de “escárnio, zombaria e negação absoluta dos direitos dela” por não ser considerada “mãe de verdade”. Ela também teria se tornado alvo de constrangimentos por parte dos colegas de trabalho, que diziam que a mulher precisava de psiquiatra, não de benefícios. Por esse motivo ela queria a rescisão indireta do vínculo empregatício.

A defesa pleiteava indenização de R$ 10 mil por danos morais e a condenação da empresa a pagar o salário-família retroativo, entre outros benefícios. A advogada que representa a recepcionista conta que chegaram a ir até à sua casa de madrugada para atacá-la e que precisou desativar suas redes sociais pelos ataques que recebeu.

“Em  razão  da  grande  repercussão  midiática  que  a  causa  gerou nacionalmente e dos impactos provocados e risco de dano à integridade física da reclamante e da sua advogada, bem como, a imagem e a honra, requer, seja o processo colocado em segredo de justiça, bem como requer a desistência da presente ação renunciando aos prazos recursais”, pediu.

Sobre bebês reborn, leia também