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PF cumpre prisões de suspeitos de atos antidemocráticos e violentos realizados em Brasília

Investigação apura participação dos alvos na tentativa de invasão da sede da corporação e atos de vandalismo na capital

PF cumpre prisões de suspeitos de atos antidemocráticos e violentos realizados em Brasília

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira uma operação para apurar a organização e realização de atos antidemocráticos e violentos nas últimas semanas em Brasília, às vésperas da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. São cumpridos 32 mandados de prisão e de buscas no Distrito Federal e outros sete estados. Até o momento, foram presas três pessoas.

A ordem foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Um dos mandados está sendo cumprido em um hotel na capital federal. Os alvos participavam das manifestações antidemocráticas realizadas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, e são suspeitos de terem atuado na tentativa de invasão do prédio da PF, no último dia 12, além de terem realizado atos como depredação e incêndio de veículos.

Houve apreensão de armas e munições nos endereços dos investigados. A operação é realizada em conjunto com a Polícia Civil e foi batizada de Nero, em referência ao imperador a quem se atribui ter provocado um grande incêndio na Roma antiga.

Um dos alvos de prisão foi Klio Damião Hirano, que participava no acampamento do QG do Exército em Brasília e foi presa ainda na noite de quarta-feira.

Em 2020, ela foi candidata a prefeita da cidade de Tupã, no interior de São Paulo, pelo PRTB. Nas redes sociais, ela ostenta fotos com o presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como vídeos em manifestações e acampamentos bolsonaristas. No mais recente, de 9 de dezembro, ela diz estar no “QG da Praça do Cristal”, em referência ao quartela general do Exército na Praça dos Cristais, em Brasília.

Também foram presos Átila Reginaldo Franco de Melo e Joel Pires Santana.

A investigação teve início a partir dos atos violentos do dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF na capital federal e promoveram atos de depredação e vandalismo, incendiando veículos e promovendo o caos na cidade.

“Os crimes objetos da apuração são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão”, diz a PF em comunicado à imprensa.

A apuração detectou que os organizadores desse ato também foram responsáveis, na semana seguinte, por planejar um atentado a bomba em Brasília, que acabou sendo interceptada antes de explodir.

Um dos objetivos da investigação é descobrir se há financiadores e a origem dos recursos usados pelo grupo para a aquisição de armamentos e artefatos explosivos.

O futuro ministro da Justiça Flávio Dino afirmou, em uma rede social, que as ações deflagradas nesta quinta “visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo”.