PGR denuncia 39 por tentativa de golpe ao STF e pede bloqueio de R$ 40 milhões em bens
Procuradoria também pede que STF decrete a prisão preventiva dos golpistas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 39 acusados de invadir o Congresso durante os atos terroristas de 8 de janeiro. A PGR pede a condenação dos envolvidos por seis crimes, entre eles tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada, além do bloqueio de bens no valor de R$ 40 milhões para a reparação dos danos.
A PGR também pediu que a Corte decrete a prisão preventiva dos envolvidos nos atos golpistas para impedir que pratiquem novos crimes violentos contra o Estado Democrático de Direito. A denúncia também pede que, nos casos em que forem pertinentes, os envolvidos sejam punidos com a perda dos cargos ou funções públicas.
Outro pedido é que o STF adote medidas cautelares para impedir que os denunciados deixam o país sem autorização, incluindo o nome dos radicais no Sistema de Tráfego Internacional da Polícia Federal. A PGR ainda solicita que as informações compartilhadas pelos acusados em suas redes sociais sejam preservadas.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos assina o pacote de denúncias contra os invasores. Ele é o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, criado na semana passada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
Na última sexta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entregou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma representação com a identificação de 39 pessoas detidas pela Polícia Legislativa durante os ataques ao Congresso.
Imagens das câmeras de segurança do Senado, obtidas pelo GLOBO, na última sexta-feira, mostram cenas explícitas de vandalismo e depredação do patrimônio público enquanto agentes tentam, sem sucesso, conter o terrorismo sem precedentes na história. Barras de metal, escudos, rojões, pedaços de paus, extintores de incêndio e mangueira de água foram as armas usadas por golpistas para iniciar a invasão ao Congresso e avançar sobre o efetivo limitado de policiais legislativos no último dia 8 de janeiro.