Animais

Polícia encontra 33 pit bulls em chácara no interior de SP após fechar rinha

Em meio às investigações sobre uma rinha de cães desarticulada em Mairiporã, na Grande São…

Os policiais foram ao local nesta segunda-feira (16). Os cães estavam acorrentados, separados uns dos outros.

Em meio às investigações sobre uma rinha de cães desarticulada em Mairiporã, na Grande São Paulo, uma denúncia levou a polícia a localizar mais 33 pit bulls em Itu, no interior paulista. A chácara pertence a um dos 41 presos na operação do fim de semana. Os policiais foram ao local nesta segunda-feira (16). Os cães estavam acorrentados, separados uns dos outros.

Segundo a TV Tem, o responsável pelo local é um peruano, e os animais estão debilitados. “É lamentável ver o que o ser humano é capaz”, disse Patrícia Daut, da Aspa Itu (Associação de Socorro e Proteção aos Animais), à emissora ao relatar que os cães estão magros, abalados e vivendo em local sujo.

Os pit bulls encontrados nessa chácara devem ser levados a ONGs, e será investigado se eles também eram treinados e usados em lutas.

A rinha fechada no fim de semana foi localizada após denúncia feita à Polícia Civil do Paraná. As investigações duraram quatro meses, e a operação contou com a Polícia Civil de São Paulo.

No total, 41 pessoas foram detidas no local, incluindo um americano, dois peruanos, dois mexicanos. Também havia um médico e um veterinário. Nesta segunda, à Justiça determinou fiança para libertar 40 pessoas. O único que permanece na prisão foi apontado como um dos organizadores.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária informou que o profissional envolvido tem registro para atuação no estado do Amazonas e que tomará as medidas necessárias “para a apuração dos fatos e tomará as providências cabíveis no que tange à ética profissional”.

Ao chegar ao loca da rinha, os policiais encontraram dois animais no meio de uma luta; havia outros feridos e até mortos. Carne de cachorro era assada para ser servida aos frequentadores, afirma a polícia.

Era cena de terror, conforme o delegado Matheus Loiola, chefe da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) do Paraná. “Em 13 anos de polícia, nunca vi nada parecido”, diz
Segundo ele, a maioria dos policiais se comoveu com a situação dos cães. Havia 19 animais, e dois morreram. Os resgatados estão sob cuidados de Encontrei um Amigo, Pits Ales e Instituto Luisa Mell -para onde foram levados os casos mais graves.

Loiola diz que os pit bulls passavam fome e sede para ficarem estressados. Em um dos cômodos havia soro para reanimar os cães feridos, para, assim, voltarem a brigar.

De acordo com o delegado, os cães resgatados são dóceis, embora treinados para não conviver pacificamente com outros animais. “O problema é o ser humano, não a raça”, lembrou Loiola em uma live.

O delegado diz que o grupo promovia apostas internacionais e era bem organizado -tinha troféu e até camiseta especificando cada animal para a rinha. Canis também devem ser alvos de investigação.

A lei que pune maus-tratos a animais é considerada branda, e o caso reacendeu nas redes sociais movimento que pede cadeia para quem praticar esse tipo de crime.

De acordo com a lei nº 9.605/1998, de crimes ambientais, maus-tratos pode render detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal. O responsável, no entanto, dificilmente vai preso.

Crimes com punições de até dois anos são considerados de menor potencial ofensivo, e a pena normalmente é convertida em prestação de serviço.

No fim da noite desta segunda, o plenário da Câmara aprovou regime de urgência para o projeto de lei do deputado Fred Costa (Patriota-MG), que aumenta a pena para reclusão de dois a cinco anos no caso de maus-tratos a animais.

A expectativa é que a proposta seja analisada logo em comissão especial que trata do tema.