Operação Lapa da Pedra

Quadrilha suspeita de fraudar o INSS é alvo de ação em Goiás, no DF e mais três estados

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (23), em Goiás, Tocantins, Alagoas, Minas Gerais e…

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (23), em Goiás, Tocantins, Alagoas, Minas Gerais e Distrito Federal, uma operação para desarticular uma organização criminosa que cometia fraudes contra o INSS. O montante do prejuízo chegou a R$ 31 milhões.

De acordo com a PF, se todos os fraudadores recebessem os benefícios indevidamente até a expectativa de vida de cada um, o prejuízo poderia chegar à quase R$ 170 milhões. O grupo atuava principalmente em fraudes e benefícios urbanos e rurais. As fraudes remontam mais de 10 anos de ação do grupo.

Até as 10h20, três mandados de prisão temporária haviam sido cumpridos. Outras três pessoas foram presas em flagrante durante a operação, por porte ilegal de arma. A PF não informou onde ocorreram as prisões.

Expedidos pela Justiça Federal, os mandados foram cumpridos nas cidades de Formosa (GO), Goiânia (GO), Palmas (TO), Maceió (AL), Uberlândia (MG), Buritis (MG) e em regiões administrativas da capital federal. Segundo a PF, várias pessoas serão submetidas à nova perícia médico-previdênciária.

Cerca de 300 policiais federais cumprem, ao todo, 78 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e 70 de condução coercitiva – quando o suspeito é levado para a delegacia para prestar depoimento. Também participam da ação 60 servidores da Previdência Social.

A investigação foi iniciada após a polícia constatar uma fraude de R$ 6 milhões, que afetaram 51 benefícios. Na segunda fase da apuração, o prejuízo foi calculado em R$ 31 milhões, em aproximadamente 400 benefícios.

Para conseguir desviar os recursos públicos, o esquema contava com o auxílio de servidores da Previdência Social, que inseriam dados falsos nos sistemas de cadastro, concedendo benefícios a pessoas que não tinham direito ao benefício. Outros concediam benefícios ao setor rural, com o auxílio de declarações falsas do Sindicato Rural local. O bando contava com apoio de despachantes, contadores, empresários, atravessadores junto ao INSS. A PF também apura a participação de advogados.

Intervenção em Formosa
A Polícia Federal informou que haverá intervenção administrativa na Agência da Previdência Social de Formosa (GO) para a revisão de todos os trabalhos e concessões, e muitos segurados devem ser intimados a explicarem algumas questões, podendo ter seus benefícios extintos e chamados à devolução, além das implicações penais.

Todos os envolvidos vão responder por crime de estelionato previdenciário, falsificação previdenciária, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e organização criminosa. A operação é chamada Lapa da Pedra em referência a um sítio arqueológico localizado em Formosa, cujas marcas deixadas pelos paleolíndios possibilitaram sua descoberta, o mesmo tendo ocorrido com as marcas deixadas pela organização criminosa.

‘Lapa da Pedra’
A operação foi batizada de “Lapa da Pedra” em referência a um sítio arqueológico em Formosa, em Goiás, cujas marcas deixadas pelos paleolíndios possibilitaram sua descoberta. O mesmo ocorreu com “as marcas deixadas pela organização criminosa”, diz a PF.