VENENO

Suspeita de envenenamentos cuidou de 14 crianças e ganhou R$ 48 mil 

Suspeita de envenenar os enteados, Cíntia Mariano Dias Cabral, 49 anos, cuidou de 14 crianças…

Madrasta ré por envenenar os enteados pede à Justiça que exumação de corpo da jovem seja desconsiderada (Foto: Reprodução)
Madrasta ré por envenenar os enteados pede à Justiça que exumação de corpo da jovem seja desconsiderada (Foto: Reprodução)

Suspeita de envenenar os enteados, Cíntia Mariano Dias Cabral, 49 anos, cuidou de 14 crianças durante oito anos por meio do programa Família Acolhedora e recebeu R$ 48 mil como ajuda de custos para cuidar dos acolhidos, segundo o Jornal O Globo. Ela se envolveu no programa entre 2013 e 2021 na cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, a mulher teve o primeiro contato com crianças em situação de acolhimento em 2013 e recebeu R$ 450 mensais de bolsa-auxílio nos dois primeiros anos. A partir de 2015, o valor passou para R$ 688, totalizando R$ 48 mil ao longo desse tempo. O benefício serve a fim de amparar financeiramente os custos da criança ou adolescente acolhido.

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A Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que Cíntia Mariano foi habilitada no programa em 9 de setembro de 2011, “após passar por um criterioso processo de habilitação” exigido pelo Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente).

A Secretaria ainda explicou que esse processo todo dura quatro meses, e que tudo é acompanhado pela Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.

A secretaria informou que, desde 1997, quando o programa foi implantado na cidade do Rio de Janeiro, seis mil crianças e adolescentes conseguiram acolhimento, que visa garantir proteção e cuidado através da convivência familiar até a família biológica ter condições de recebê-lo de volta. Se isso não for possível, uma família substituta é arranjada.

Feijão com veneno

Cintia foi presa no último dia 15, após o enteado Bruno Cabral, 16, dar entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, no Rio de Janeiro. O prontuário médico aponta que o paciente sofreu intoxicação exógena (causada pelo contato com substâncias químicas).

Bruno relatou que começou a passar mal após um jantar preparado para madrasta. Ele chegou a ser queixar do sabor do feijão e notar fragmentos azuis na comida. À polícia, Cintia alegou que o jovem se referiu a um tempero industrializado, usado na comida, e que não foi absorvido pelo feijão.

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A defesa afirma que a mulher é inocente e considerou a prisão como desnecessária.

Cintia também é suspeita de envenenar a enteada, Fernanda Cabral, irmã de Bruno, em março deste ano. Fernanda morreu depois de apresentar os mesmos sintomas que o irmão. Ela ficou 13 dias internada. Na ocasião, a equipe médica não desconfiou de intoxicação por chumbinho.

A Polícia Civil realizou na semana passada a exumação do corpo da jovem atrás ainda de vestígios que possam indicar se houve envenenamento e aguarda o laudo. A Justiça concedeu ainda a quebra de sigilo telefônico e telemático do celular de Cintia.

*Com informações do UOL e O Globo