Vítima chorou

Advogado e pastor são indiciados por desacato e injúria racial contra guarda civil de Piranhas

Os autores questionaram o motivo de um guarda civil preto trabalhar no hospital

Um advogado e um pastor foram indiciados por desacato e injúria racial contra um guarda civil, de 65 anos, na cidade de Piranhas, na região Oeste de Goiás. Segundo a Polícia Civil, os investigados, que são pai e filho, menosprezaram a profissão da vítima, além de questionarem o motivo de uma pessoa preta trabalhar no local.

De acordo com a Polícia, o crime aconteceu em novembro de 2022. O advogado e o pastor queriam entrar no hospital fora do horário de visita para visitar um paciente. O guarda tentou impedir a passagem, mas foi coagido pelos investigados.

Um deles empurrou o portão contra o guarda, forçou a entrada e disse à vítima para “procurar uma fazenda para trabalhar”. Dentro do hospital, o pastor perguntou ao servidor: “você não tem vergonha de trabalhar num lugar desse?”, menosprezando a função pública.

Em seguida, ainda conforme a PC, o advogado e o pastor se aproximaram do balcão da enfermagem e este falou: “como vocês deixam ‘um nego desse’ trabalhar aqui? Ele deveria estar em uma cocheira, local de abrigo de carroças e cavalos”.

Após as falas, a vítima começou a chorar e a passar mal com hipertensão. Ele precisou ser medicado no mesmo hospital. Os autores foram investigados e indiciados por desacato e injúria racial.