DESAFIO NO CAMPO

Agronegócio: Previsão de estiagem prolongada preocupa pecuaristas em Goiás

A previsão de estiagem prolongada em Goiás preocupa pecuaristas e produtores rurais do estado. A…

Gado se alimenta de ração (Foto: Pixabay/reprodução)
Pecuária: Gado pode ficar sem ração em 2024, dada previsão de estiagem prolongada

A previsão de estiagem prolongada em Goiás preocupa pecuaristas e produtores rurais do estado. A crise hídrica levou o governo a decretar situação emergência em 25 cidades goianas. O governador Ronaldo Caiado busca apoio da União para desenvolver ações de defesa civil e minimizar os impactos no setor agropecuário.

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), a queda na produção agrícola em Goiás pode chegar a até 23%, ocasionada pelos efeitos do clima em 2023. Os prejuízos também devem afetar a pecuária, impactando toda a cadeia do agronegócio no estado. Conforme aponta o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás, com ciclo chuvoso irregular e as ondas de calor, o estado não conseguiu abastecer os mananciais e não houve recuperação das pastagens.

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Estiagem traz “momento de desesperança”, afirma representante de pecuaristas

“O momento é de desesperança, de descrença e, nos piores casos, de desespero. Principalmente em função da ausência de pastagens. Os pastos não tiveram tempo de se desenvolver, e de uma forma geral, não têm comida suficiente reservada, o gado fica comendo até no toco, até na terra”, relatou Mauricio Veloso, presidente da Associação Nacional de Pecuaristas.

Veloso destacou que os danos causados pela seca não são apenas momentâneos, mas terão repercussões durante todo o ano de 2024 e até mesmo em 2025. “A solução imediata é produtores e pecuaristas identificarem alguma área de pastagem ou apta para plantio imediato, e agir com adubação pesada e sementes de qualidade, para produzir silagem e garantir comida para a época da seca”, afirmou Veloso.

Gado sem alimento: “grande desafio”

Em uma audiência realizada em Brasília, o governador Ronaldo Caiado levou a situação ao conhecimento do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. O pedido incluiu a solicitação de compartilhamento de informações sobre o clima, visando uma preparação e resposta às consequências da estiagem.

Em Porangatu, região Norte do estado, o Sindicato Rural está acompanhando a movimentação do governo, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com o sindicato, o decreto atende uma demanda dos produtores rurais, com soluções emergenciais diante da crise.

“Enquanto acompanhamos o governo, estamos orientando aos produtores para que façam o planejamento de silagem, feno, já iniciem esse procedimento quanto antes. Todos podem procurar o sindicato, uma vez que temos técnicos qualificados para orientá-los e ajudar, porque o momento é de grande desafio”, explicou Ana Amélia, presidente do Sindicato Rural de Porangatu.

Amélia ressaltou ainda que o decreto de emergência vai proporcionar um respiro aos produtores rurais. “Dá uma possibilidade do agricultor discutir junto às instituições bancárias, como não perder o ranking que ele tem junto a instituição, descontos de ITR, por exemplo. Tem uma série de benefícios aí que são impostos ao produtor, que podem vir a diminuir um pouco o impacto. Não tira o impacto, mas pelo menos ele ameniza um pouco.”, completou.