PERTURBAÇÃO

Aluno diz que foi ‘mal interpretado’ sobre massacre em Universidade de Goiânia

O estudante de 19 anos – investigado por enviar mensagens em grupo que davam a…

Aluno diz que foi 'mal interpretado' sobre massacre em Universidade de Goiânia
Aluno diz que foi 'mal interpretado' sobre massacre em Universidade de Goiânia (Foto: reprodução)

O estudante de 19 anos – investigado por enviar mensagens em grupo que davam a ideia de que cometeria um massacre em uma Universidade de Goiânia – disse em depoimento à polícia que foi ‘mal interpretado’ pelos colegas. A informação é do delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel Penha, que ouviu o rapaz na manhã desta segunda-feira (16).

As mensagens foram enviadas na última sexta-feira (13), em um grupo de colegas do curso. “Se vocês fizessem um massacre, quem vocês poupariam da nossa sala”, questionou o rapaz. Em seguida, um colega se manifestou perplexo com a pergunta, questionando o jovem do porque daquilo e ele respondeu: “Foi uma pergunta.” Depois, outra pessoa disse: “Cara, já passei por isso uma vez e, se for uma piada, foi de muito mau gosto.” O estudante novamente respondeu: “Não foi uma piada.”

Mensagem enviado no grupo do curso de Ciências da Computação, da Unip de Goiás (Fotos: Redes Sociais)

Incomodados, os alunos denunciaram as mensagens ao coordenador do curso que, por sua vez, levou o caso à polícia. Nesta segunda, os agentes civis foram até a casa do estudante, em Aparecida de Goiânia, e o conduziram até a delegacia. Em depoimento, ele admitiu ter feito a pergunta, mas que considera ter sido mal interpretado pelos colegas.

Segundo o delegado, apesar das mensagens terem perturbado os colegas da Universidade, o estudante não poderá responder pelo crime de ameaça e nem de terrorismo. Isso porque, pelo que está previsto na legislação, ele não ameaçou ninguém diretamente e nem disse que cometeria nenhum massacre. Portanto, a polícia o autuou por perturbação de sossego com informações ‘inverídicas’.

Ele responderá pelo crime de perturbação em liberdade por se tratar de um delito de baixo potencial ofensivo e também por não ter havido flagrante.

Por meio de e-mail à turma, a coordenação do curso disse aos estudantes que a Universidade Paulista (Unip) não compactua com ameaças, discriminação, racismo, maus-tratos, ou qualquer fato semelhante ao ocorrido. Justamente por isso, suspendeu o estudante até que os fatos fossem apurados pela polícia e também pela instituição. Como o aluno está suspenso, a coordenação do curso não viu razões para adiar as provas previstas para essa semana.

Mensagem enviado no grupo do curso de Ciências da Computação, da Unip de Goiás (Fotos: Redes Sociais)

Ao Mais Goiás, por ligação, a Unip do Campus Flamboyant apenas reforçou que está apurando o fato. Após a repercussão, o estudante teria enviado um e-mail à turma pedindo desculpas aos colegas.

“Peço desculpas a todos que se sentiram ofendidos. Aquela pergunta teve repercussão negativa e serviu de gatilho para alguns alunos. Penso que haja maneiras melhores e menos monstruosas de se avaliar a natureza de alguém. Eis aqui a minha retratação”, lê-se em uma mensagem atribuída ao acadêmico.

A reportagem não conseguiu falar com o estudante e nem com a defesa dele. O espaço está aberto para manifestação.