Fiscalização

Aparecida fecha clínica de reabilitação clandestina que funcionava há mais de 10 anos

Aparecida fecha clínica de reabilitação clandestina que funcionava há mais de dez anos no Jardim…

Clínica de reabilitação clandestina funcionava há mais de 10 anos (Foto: Enio Medeiros - Secom Aparecida)
Clínica de reabilitação clandestina funcionava há mais de 10 anos (Foto: Enio Medeiros - Secom Aparecida)

Aparecida fecha clínica de reabilitação clandestina que funcionava há mais de dez anos no Jardim Dom Bosco II. A Vigilância Sanitária (Visa) da Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) interditou, na manhã da última terça-feira (10) o espaço que abrigava o total de 38 internos. A fiscalização encontrou diversas irregularidades no local, como falta da documentação necessária e condições insalubres para os internos.

A interdição foi feita com o apoio de profissionais do Consultório Na Rua, da SMS, da Secretaria de Assistência Social e da Guarda Civil Municipal (GCM). A ação foi realizada após denúncias feitas à Polícia Militar de furtos e uso de entorpecentes feitos pelos internos nas imediações do espaço de recuperação.

Estrutura precária para reabilitação em Aparecida

O diretor da Visa, Rildo José dos Santos, afirma que as condições do local interditado estavam em estado precário. “Chegamos no espaço e ficamos estarrecidos com as condições do local, que está sendo interditado por não possuir nenhuma documentação junto aos órgãos competentes e por estar com as instalações em condição de total insalubridade, sem as mínimas condições de higiene. Além disso, encontramos alimentos e medicamentos vencidos há mais de um ano, outros sem rótulo”.

Após a primeira visita há aproximadamente uma semana, a equipe de fiscalização constatou a irregularidades. O local funcionava há mais de dez anos. “O proprietário alegou que não consegue tirar a documentação necessária, mas este local já existe há dez anos de maneira totalmente clandestina, inclusive cobrando valores de cada interno como pagamento pela permanência no local”, afirma o diretor da Visa. O caso será encaminhado para investigações da Polícia Civil.

Durante a interdição, a assistente social Tânia Gonçalves da Silva disse que a entidade abrigava 38 indivíduos entre dependentes químicos e pessoas com algum tipo de deficiência. Alguns dos internos estavam em iminência de situação de rua. “Fizemos uma triagem dos internos, avisamos aos familiares deles para que viessem buscá-los. Para os que não têm família ou estão em situação de rua, verificamos com cada um se desejam tratar-se, e, nesse caso, os encaminhamos para uma comunidade terapêutica regularizada”, sublinhou ela.

Reabilitação adequada, em Aparecida

Um dos internos, o vendedor J.P, de 22 anos, ficou muito confuso com a movimentação e foi orientado pelos profissionais da Saúde Mental. Aos profissionais, ele afirmou que gostava de ficar no local, mas sabia que não estava sendo tratado para a dependência química em álcool e cocaína. “Aqui é um lugar para eu ficar sossegado, sem arranjar briga. Tenho muita dor de cabeça, não consigo ficar sem beber, não tenho esperança de vida. Então, vou tentar um tratamento melhor”, declarou.

Outro interno que chamou a atenção, foi um idoso cadeirante que estava mais afastado do grupo principal, em um pátio de terra batida. Ele foi amparado por uma assistente social da prefeitura que explicou a ele o que estava acontecendo. Sem família, nem lugar para se abrigar, o idoso ouviu a explicação de que ele poderia ser encaminhado para uma instituição segura e adequada para acolhê-lo.

Em meio à interdição, os profissionais da SMS conversaram com os internos, avaliaram a saúde de cada um e providenciaram encaminhamentos para tratamentos distintos. Os trabalhadores da Saúde do município também tiraram dúvidas de cada um no local.