Câmara de Urutaí instala comissão para investigar vereador acusado de estupro
Segundo denúncia, parlamentar teria levado uma estagiária de 25 anos até um motel em Pires do Rio, localizado a 43km da cidade
A Câmara Municipal de Urutaí aprovou, por unanimidade, a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a conduta do vereador e presidente da Casa, Éder Alberto Jorge Pimenta (MDB), de 50 anos, acusado de estuprar uma estagiária de 25 anos do Legislativo.
De acordo com a denúncia, o parlamentar teria levado a jovem, que atua na área de marketing da Câmara, até um motel em Pires do Rio, a 43 km de Urutaí. Eles saíram de Urutaí, segundo a denúncia, para fazer um trabalho fotográfico. Ao chegar ao local, a vítima diz ter sido conduzida a um quarto onde, segundo seu relato, sofreu o abuso.
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“Ele me levou para um motel. Aí ele falou para eu descer e entrar no quarto, que a gente só ia conversar. Eu ainda perguntei: ‘O que a gente está fazendo aqui? A gente não ia trabalhar, tirar fotos?’”, relatou a estagiária à reportagem da TV Anhanguera.
Ainda conforme o depoimento, dentro do quarto, o vereador mandou que ela se sentasse na cama, passou a tocá-la e a segurou pelo pescoço quando ela tentou se afastar. A vítima também relatou que Pimenta insinuou a possibilidade de promovê-la caso aceitasse manter um relacionamento secreto com ele. A jovem gravou um áudio de 28 minutos durante o ocorrido. O material foi anexado à denúncia.
A sessão que aprovou a CEI foi marcada pela presença de moradores revoltados com o caso. Os oito parlamentares presentes votaram a favor da investigação. Em seguida, foi realizado sorteio para definir os três membros da comissão e seus respectivos cargos, como presidente e relator, por exemplo.
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A comissão terá a atribuição de coletar provas, ouvir testemunhas e elaborar um relatório final. Caso o documento conclua pelo afastamento parlamentar e seja aprovado em plenário, o vereador poderá perder o mandato. Não há prazo definido para a conclusão dos trabalhos. Em paralelo, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) também apura o caso, que tramita em sigilo.
Desde que as acusações vieram à tona, Éder Pimenta não comparece à Câmara. O vereador apresentou atestado médico de 14 dias e permanece afastado das atividades.
O parlamentar não foi localizado pela reportagem para detalhar os motivos que o levaram ao afastamento médico. O espaço continua aberto para manifestação do contraditório.
Conforme mostrado pelo Mais Goiás, na última terça, o advogado Marcelo Godoi, que representa o parlamentar, informou por meio de nota que “não há confirmação das acusações” e que seu cliente “permanece colaborando com as investigações”. A defesa destacou ainda que Éder Pimenta está protegido pelo princípio constitucional da presunção de inocência.