CRIME

Conselho de Medicina de Goiás denuncia venda de atestados falsos na internet

As plataformas operas de maneira criminosa e prometem venda de atestados em papel timbrado, com assinatura e CRM

Afastamento de trabalhador com Covid cai para dez dias (Foto: Reprodução)
Afastamento de trabalhador com Covid cai para dez dias (Foto: Reprodução)

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) divulgou alerta sobre sites criminosos na internet que promovem a venda de atestados médicos, laudos e até exames de gravidez. A plataforma opera de maneira criminosa e promete atestados em papel timbrado, com assinatura e CRM de um médico em exercício.

O Mais Goiás teve acesso a um dos sites que oferecem os atestados para vários estados, incluindo Goiás. A plataforma especifica claramente a venda de diversos tipos de atestados médicos: doença, respouso para gestante, aptidão física, de comparecimento e até de óbito, além de exames de gravidez.

O site promete atestados em papel timbrado com assinatura do médico acompanhado do número do CRM ou CRO – indispensável para o exercício da profissão. Há, ainda, comentários de supostos clientes sobre a “satisfação” com o trabalho do site. “Precisava comprovar minha gravidez para meu namorado e família dele, eles foram super atenciosos e resolveram meu problema”, diz um comentário assinado por ‘Julia Silva’.

Site de venda de atestados promete “garantia de satisfação” (Foto: Reprodução)

“Comprar exame de gravidez falso com procedência não e uma tarefa fácil, deixe esse trabalho para profissionais que sabem o que estão fazendo, ultrassonografia, exames sanguíneos  beta hcg entre outros”, diz o site.

Conforme apurado pela reportagem, as vendas são feitas diretamente por um número de whatsapp disponibilizado no site, com os valores dos documentos cobrados de acordo com a quantidade de dias pedida pelo “cliente”.

Cremego denunciou esquema de venda de atestados

O Conselho de Medicina de Goiás confirmou que registrou, na última semana, uma denúncia junto ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) para que o esquema de venda de atestados seja investigado. A reportagem do Mais Goiás apurou, inclusive, que um dos atestados oferecidos pelos criminosos levaria a assinatura de um médico de Goiânia.

Em comunicado, a entidade ressaltou que o uso de atestado falso, além de configurar crime previsto no Código Penal, “ainda pode levar à demissão do trabalhador por justa causa”. “Não se deixe enganar: saúde é coisa séria! A emissão de laudos e atestados e a prescrição de medicamentos devem ser feitas por médicos e fazem parte do atendimento”, concluiu.