APURAÇÃO

Defensoria quer saber se há filmagens sobre as três mortes na CPP de Aparecida (GO)

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) quer saber se existe algum registro de filmagem perto…

CPP de Aparecida (GO)
CPP de Aparecida (GO) (Foto: Reprodução)

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) quer saber se existe algum registro de filmagem perto do local onde três presos foram mortos nesta terça-feira (26), na Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A entidade enviou ofício à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) nesta tarde.

Ainda segundo o documento, a DPE requisita, em até 48h, outras informações sobre as circunstâncias dos óbitos como: nomes dos servidores que encontraram os corpos; e o número do registro da ocorrência e do eventual processo administrativo instaurado para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.

Confira o ofício AQUI.

O Mais Goiás procurou a DGAP para comentar o ofício da Defensoria Pública. A Diretoria adiantou que a Polícia Civil já faz apuração semelhante e que emitirá uma resposta. Quando o fizer, esta matéria será atualizada.

Relembre as mortes na CPP de Aparecida

Vale citar, três presos que aguardavam julgamento na CPP foram assassinados nesta terça-feira. Os crimes foram confirmados pela DGAP. Além de terem sido esfaqueados por colegas de cárcere, os detentos tiveram os corpos pendurados pelo pescoço na entrada das celas. Os internos assassinados foram identificados como Paulo Cesar Pereira dos Santos, Hyago Alves da Silva e de Matheus Junior Costa de Oliveira.

Eles estavam em duas celas diferentes e, segundo levantamentos preliminares, foram assassinados com golpes de faca artesanal, desferidos por outros detentos. De acordo com a DGAP, Paulo Cesar havia sido preso por roubo, enquanto Hyago e Matheus aguardavam julgamento por homicídio. Um procedimento interno foi aberto e a Polícia Civil também já está investigando as mortes.

Por nota, a Polícia Penal de Goiás informou, ainda, que foram tomadas “as devidas providências em relação às mortes de três custodiados”. Além disso, garantiu que a ordem e a disciplina dentro da unidade seguem sem alterações.

“Procedimentos administrativos internos foram abertos para apuração dos fatos e circunstâncias dos ocorridos. Os primeiros apontamentos dão conta de que os custodiados teriam sido assassinados, supostamente, por outros presos, companheiros de celas. As causas e circunstâncias dos supostos crimes são investigados pela Polícia Civil.”

OAB pretende enviar representantes à CPP

A Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO) vai enviar membros das comissões de Direitos Humanos, de Direitos e Prerrogativas, de Segurança Pública e Política Criminal e Especial de Execução Penal para vistoriar as dependências da CPP. Destaca-se, a entidade também enviou ofício à DGAP para solicitar informações sobre as mortes. Além disso, informou que “vai instituir uma comissão de advogados para acompanhar as investigações, cobrar rapidez e contribuir na elucidação dos crimes”.

A DGAP, por sua vez, informou que atua de forma transparente e que está à disposição para eventuais vistorias. “No entanto, em situações excepcionais como as desta data, em que estão envolvidas questões técnicas e de segurança, as vistorias precisam ser sobrestadas [suspensas] ou reprogramadas para outras datas.”