“Eu quero que Deus faça justiça”, diz mulher que teve cadela agredida por vizinho

Um homem foi preso após invadir uma residência e agredir uma cadela. O caso aconteceu na cidade de Caldas Novas, região Sul de Goiás, na madrugada deste terça-feira (06). Segundo a Polícia Militar (PM), Genildo Bueno Pereira, de 52 anos, teria invadido a casa da mulher e golpeado a cachorra por cinco vezes utilizando um facão.

Ao Mais Goiás, Débora de Souza Barbosa, proprietária da casa, disse que tudo ocorreu enquanto ela e os três filhos dormiam. Débora teria acordado com o invasor gritando com a cachorra. Ao olhar pela fresta da janela, a moradora viu um homem desconhecido caminhando pelo quintal com um facão em uma das mãos.

“Acordei de madrugada com um cara gritando ‘Come, desgraça!’ e uma barulheira. Eu corri até o berço da minha menina e pedi pra ela ficar quietinha e vim para a minha cama. Assim que a minha filha veio pra minha cama, ele começou a mexer nas coisas perto da minha porta. Em nenhum momento a minha cadela latiu ou tentou atacar ela. Para mim, eu acredito que ele queria era fazer algum mal com a gente”, conta.

Segundo a moradora, enquanto o homem atacava a cachorra ela falava com uma equipe da PM pelo Whatsapp pedindo socorro e tentando não fazer muito barulho. Com o som da sirene, Genildo fugiu. De acordo com a PM, os militares começaram a procurar pelo homem nas proximidades da residência e logo o encontraram. O suspeito foi detido pelos crimes de violação de domicílio e crimes contra o meio ambiente por ter ferido a cadela. Ele foi conduzido até a 6ª Delegacia Regional de Polícia Civil (6ªDRP), em Caldas Novas.

“Enquanto eu ia até a delegacia para dar depoimento, eu liguei para um rapaz da ONG de proteção animal e ele buscou a Safira. Ela precisou de tomar duas bolsas de sangue e levou vários pontos. Por pouco ela não morreu!”, relata.

De acordo com Josiel Pedro Barbosa, presidente da ONG Socorro Animal, responsável por socorrer o animal, a cadela perdeu muito sangue até a chegada da equipe. O animal segue internado na Clínica Veterinária Animália e deve ter alta na sexta-feira (09).

“Estamos buscando recursos para manter a internação da Safira e também tentando construir uma casinha para ela poder se recuperar. Nossa ONG cuida de dois abrigos e é responsável por mais de 150 animais. A gente não tem vínculo com o governo e todo o nosso trabalho só é possível através de doações”, explica.

Débora disse que Genildo morava nas proximidades, mas não se conheciam. Segundo a moradora, a família do suspeito foi até sua residência e tentou justificar os motivos da atitude do homem.

“A família dele falou que ele fez isso pra soltar a cachorra porque um dia ela o mordeu. Isso é um absurdo! Ela nunca o atacou. Eles disseram que mesmo assim iam arcar com os custos da cachorra e até hoje nada. Eu também nem quero. Eu quero que Deus faça a sua justiça”, desabafa.

De acordo com Débora, sua filha de 10 anos está sofrendo muito com a situação. A garota é Portadora de Necessidades Especiais (PNE) e muito apegada ao animal.

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo