Perdeu o controle

Garis são agredidos por lutadores de jiu-jitsu enquanto recolhiam lixo no Jd. América, em Goiânia

Coletores deixaram um saco que estava rasgado para trás. Lutador contestou e, insatisfeito com a justificativa, partiu para agressão

Imagem mostra caminhão de limpeza urbana em frente a academia, onde a confusão começou
Homem teria arremessado uma garrafa contra o caminhão de coleta e, em seguida, avançado nos garis com o apoio de colegas (Foto: Reprodução)

Dois garis foram agredidos enquanto trabalhavam no Setor Jardim América, em Goiânia, no último final de semana. O ocorrido foi registrado em frente a uma academia de jiu-jitsu. As vítimas, de 21 e 26 anos, realizavam a coleta dos sacos que estavam em uma lixeira instalada em frente à academia, mas deixaram um deles para trás por estar rasgado.

Ainda de acordo com os garis, um homem que estava do lado de fora da academia, consumindo bebida alcoólica, viu a cena e começou a reclamar, afirmando que os trabalhadores eram obrigados a recolher o saco de lixo apesar das condições. Os profissionais explicaram que, pelas normas da empresa, resíduos acondicionados em sacos nessas condições não devem ser recolhidos, para evitar que o lixo se espalhe pelas calçadas e ruas durante o transporte.

SAIBA MAIS:

Insatisfeito com a justificativa apresentada pelos trabalhadores, o homem teria arremessado uma garrafa contra o caminhão de coleta e, em seguida, avançado nos garis, com o apoio de outros frequentadores da academia. As cenas foram registradas por um motociclista que passava pela região.

Em determinado momento, os agressores chegaram a utilizar as faixas do kimono, vestimenta usada na prática do jiu-jitsu, para atingir os profissionais. Em depoimento, os garis disseram que não reagiram às agressões por estarem em menor número e enfrentarem pessoas com treinamento em artes marciais.

A Polícia Civil (PCGO) disse ao Mais Goiás que orientou as vítimas a comparecerem ao 7° Distrito Policial de Goiânia para darem andamento à investigação. Isso porque “agressão física é de representação condicionada”, ou seja, carece de uma manifestação da vítima, que autorizará o oferecimento da denúncia e, consequentemente, o início da investigação.

Em nota, o Consórcio Limpa Gyn, responsável pela contratação dos profissionais, lamentou a situação e considerou uma “obrigação da população” respeitar o trabalho do coletor.

“Ele é o profissional que recolhe o lixo produzido pela população. E acondicionar o lixo, com sacos rígidos e lacrados, fechado é obrigação da população. O cidadão precisa se conscientizar que existem regras para o coletor e para o cidadão”, disse em nota. Também foi informado que os colaboradores já registraram boletim de ocorrência contra os agressores e passaram por exame de corpo de delito.

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Ao Mais Goiás, a empresa defendeu, ainda, que tudo seja devidamente investigado: “O fato, amplamente divulgado pela imprensa, demonstra a falta de respeito aos profissionais que trabalham na limpeza urbana de Goiânia. O Limpa Gyn, por meio de seu departamento jurídico acompanhará o caso junto a Delegacia onde foi registrado o Boletim de Ocorrência e realizado o corpo de delito. A empresa dará total apoio aos colaboradores agredidos, exigirá a punição dos agressores e os esclarecimentos necessários para que fatos como esse não se repitam.”

A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos demais envolvidos. No entanto, o espaço seguirá aberto para manifestação do contraditório.