Homicídio qualificado

Justiça condena mãe e filho por morte de cozinheira de pamonharia

O juiz Antônio Fernandes Oliveira condenou a comerciante Sueide Gonçalves da Silva, de 56 anos,…

O juiz Antônio Fernandes Oliveira condenou a comerciante Sueide Gonçalves da Silva, de 56 anos, a 17 anos de prisão, e seu filho, Willian Divino da Silva Moraes, de 28 anos, a 15 anos, ambos pela morte da cozinheira Marizete de Fátima Machado, de 53 anos. A sentença foi dada após júri popular realizado nesta quarta-feira (22), em Goiânia.

Os jurados acataram a acusação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), de que o crime foi cometido por motivação fútil, que foi a disputa de clientes, que a dupla submeteu a vítima a sofrimento físico e psicológico e que também dificultaram a defesa da vítima.

O caso

Segundo a denúncia, os réus capturaram a vítima e a levaram para um lugar ermo, próximo à Vila Nossa Senhora Perpétuo Socorro, em Abadia de Goiás, onde, após atirarem várias vezes, colocaram fogo no corpo de Marizete, que chegou a ser socorrida, mas morreu dois dias depois, em consequência das lesões.

Marizete, que era cozinheira em uma pamonharia no Jardim América, saiu do trabalho em direção à sua casa, quando foi abordada de carro pela dupla. Sueide desceu do carro e, com um revólver, a obrigou a entrar no veículo, quando, então, Willian partiu em direção a Abadia de Goiás. Durante o trajeto, Sueide afirmou que iria matá-la, bem como o seu filho e o seu patrão.

Chegando na zona rural de Abadia de Goiás, Marizete foi obrigada a descer do carro, sendo agredida por Willian com xingamentos, socos e pontapés. Ele atirou, acertando-a por seis vezes, em diferentes locais do corpo: na parte de trás da cabeça, no tórax e antebraço. Os réus também embrulharam a vítima em papel alumínio e, posteriormente, Sueide jogou álcool sobre o corpo e ateou fogo. Acreditando que Marizete estivesse morta, fugiram do local.

A vítima, entretanto, conseguiu apagar as chamas rolando sobre o capim molhado e andou até uma estrada, quando foi socorrida por moradores. Apesar de ter sido encaminhada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), ela morreu dois dias depois. Sueide foi presa em flagrante horas depois do crime e Willian no dia 2 de abril.

Sueide e Willian foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, por ter sido praticado por motivo fútil, por submeterem a vítima a intenso sofrimento físico e psicológico, dificultando a sua defesa. O MPGO sustenta a presença da qualificadora do motivo fútil, pela desproporção entre a motivação e o resultado produzido, uma vez que a vítima era ótima cozinheira e trabalhava em uma pamonharia concorrente ao estabelecimento dos denunciados.

Conforme laudo cadavérico, Marizete morreu em virtude de descompensação metabólica pelas queimaduras de 2° e 3° graus em cerca de 50% da superfície corporal e lesões provocadas pelos tiros.