Mais de 30 pessoas são presas após foguetório em homenagem ao CV em Goiás
A ação foi realizada após foguetórios em homenagem a criminosos mortos no Rio de Janeiro
Trinta e duas pessoas foram presas em Goiás após uma operação das forças de segurança contra um foguetório em homenagem a criminosos mortos no Rio de Janeiro. A ação, batizada de Operação Fogo Proibido, teve 14 suspeitos detidos em Goiânia, seis em Abadia de Goiás, nove em Aparecida de Goiânia e três em Rio Verde. Além das prisões, quase quatro mil fogos de artifício foram apreendidos durante fiscalizações em diferentes municípios. As equipes também vistoriaram cerca de 30 empresas que comercializam o produto em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis.
As investigações começaram ainda na noite de terça-feira (4/11), após vídeos circularem nas redes sociais mostrando fogos de artifício sendo disparados em várias cidades goianas. Segundo a SSP, a comemoração teria sido organizada por simpatizantes do Comando Vermelho (CV), facção criminosa com atuação nacional. A homenagem era para integrantes mortos em uma operação policial no Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro.
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A ação, coordenada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO), teve participação das Polícias Civil, Militar e Penal. Corpo de Bombeiros e Procon Goiás também foram envolvidos em ações de fiscalização. Cerca de 30 empresas foram vistoriadas em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis.
Ligação com torcidas organizadas
O trabalho de inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) já havia identificado movimentações suspeitas antes do foguetório que aconteceu em cidades de Goiás. Assim que os primeiros fogos foram vistos, equipes das polícias Civil e Militar entraram em ação e fizeram prisões ainda na madrugada.
Segundo o secretário Renato Brum, a maioria dos detidos não faz parte da facção Comando Vermelho. “São simpatizantes ou pessoas que quiseram aparecer nas redes sociais. Muitos ligados a torcidas organizadas. A resposta vai ser dura”, afirmou.

A operação aconteceu em várias cidades para evitar que o ato se espalhasse. “Em Goiás, não tem um palmo de terra onde as forças de segurança não entrem. As lideranças da facção estão isoladas em Planaltina e o Estado está pronto para agir”, completou Brum.
O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja, disse que o trabalho continua. “Vamos permanecer em campo e dar a resposta necessária. Ninguém vai subir o nível do crime em Goiás”, reforçou.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga, soltar fogos não é crime, mas os presos foram autuados por apologia ao crime, posse ilegal de arma e porte de drogas. “Monitoramos tudo em tempo real desde a madrugada. Aqui não vai ser aceito enaltecer criminosos”, disse.

Apreensões e fiscalizações
Sobre os cerca de quatro mil fogos de artifício apreendidos e comércios fiscalizados, Brum reforça que irregularidades envolvem armazenamento e vendas sem autorização. “O trabalho vai continuar”, afirmou.
As investigações seguem para identificar outros envolvidos e pessoas que incentivaram a ação nas redes sociais. A SSP informou que novas prisões não estão descartadas e que a Operação Fogo Proibido segue ativa em todo o estado.
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