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Manifestação pedirá retorno do padre Robson às atividades da igreja neste sábado

Apoiadores do padre Robson de Oliveira organizam uma manifestação de apoio e em favor do…

Apoiadores do Pe. Robson fazem mobilização por retorno dele neste sábado
Apoiadores do Pe. Robson fazem mobilização por retorno dele neste sábado

Apoiadores do padre Robson de Oliveira organizam uma manifestação de apoio e em favor do retorno dele às atividades eclesiásticas na manhã deste sábado (23), em Trindade. A organização não arrisca prever quantas pessoas estarão presentes, mas trabalha com projeções otimistas.

O ato está marcado para começar às 10 horas em frente à Basílica de Trindade. No primeiro momento, os apoiadores irão fazer uma oração em silêncio por 10 minutos. Em seguida, acontece uma carreata pela cidade. Também está prevista a entrada na Basílica, caso as portas estejam abertas.

Braz José de Sousa, um dos organizadores do ato, disse ao Mais Goiás que Congregação Redentorista – ordem da Igreja Católica da qual o padre é integrante – irá decidir pelo retorno das atividades dele na manhã deste sábado (23), o que motivou os apoiadores a realizarem o evento. “O povo está aguardando uma decisão. Vai ser decidido amanhã pela igreja Católica. Acredito que será favorável ao padre Robson e ele será autorizado a falar e apresentar programas”.

Braz afirmou também que o evento cumprirá todos os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19 e que o objetivo é dar voz ao padre.

“Já que o padre Robson está sem voz, vamos nos reunir para dar voz a ele”, disse Braz. “Muitas autoridades vão estar lá. Donos de hotéis, pousadas, postos de gasolina, amigos do padre, convidamos o Jânio Darrot (ex-prefeito de Trindade). Muita gente já comprou passagem de avião para vir, tem muita gente saindo de Brasília, de Campinas-SP. Não dá para dizer quantas pessoas virão, mas todo mundo vai seguir o protocolo”.

Relembre o caso do padre Robson

Ainda no mês de dezembro, o MP-GO pediu ao Presidente do TJ-GO o arquivamento do processo contra padre Robson e outros 17 réus após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender as investigações criminais contra o religioso, liminarmente. No entendimento do ministro Nefi Cordeiro, houve compartilhamento de dados que “foram ilegalmente utilizados pelo Ministério Público”.

Mais especificamente, a desistência de dezembro aconteceu porque, naquela época, o Ministério Público conseguiu, com o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, uma medida de efeito suspensivo que permitiu à promotoria oferecer denúncia contra padre Robson na Vara Criminal, da juíza Placidina Pires. Ou seja: na primeira instância. Foi esta a decisão suspensa por Nefi, junto com a suspensão da decisão do Presidente do TJ-GO que havia concedido o efeito suspensivo ao recurso especial do MP-GO.

Contudo, em 14 de dezembro, a Justiça de Goiás acatou representação da defesa, derrubou decisão anterior e voltou a trancar as investigações contra o padre Robson de Oliveira Pereira por suspeita de uso da Afipe e laranjas para fins criminosos. Na decisão, o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Leobino Valente Chaves, considerou que o trancamento havia se dado por decisão colegiada e sua suspensão está condicionada ao STJ.

A decisão do desembargador foi uma resposta positiva ao mandado de segurança apresentado pela defesa do padre Robson contra a liminar proferida pelo presidente do TJ-GO, Walter Carlos Lemes, no dia 4 daquele mês. A liminar suspendia os efeitos da decisão da 1º Câmara Criminal, que trancava as investigações contra o padre Robson e autorizava o Ministério Público de Goiás (MP-GO) a retomar as apurações.

Entretanto, para a defesa de Robson, a decisão do presidente do TJ-GO era “dezarroada e ilegal, por ausência de previsão legal no processo penal brasileiro”. De acordo com o desembargador Leobino, a suspensão de forma monocrática de uma decisão tomada por um colegiado “desborda da atribuição da Presidência da Corte local”, uma vez que essa seria, conforme a Constituição Federal, uma atribuição do STJ.

Desistiu de desistir

Foi em 11 de janeiro que o MP-GO comunicou ao Tribunal de Justiça que “desistiu de desistir”. À época, o órgão requereu que o presidente do Tribunal de Justiça, Walter Carlos Lemes, acolha o recurso que pede a revisão da decisão – tomada pelos desembargadores – que determinou o trancamento do recurso. A decisão, contudo, foi dada pelo presidente, nesta quarta.

Nas palavras de Walter Lemes: “Com efeito, pela análise do histórico processual, vê-se que, o próprio recorrente, Ministério Público do Estado de Goiás, (…), requereu a extinção do feito, com arquivamento definitivo, pela superveniente perda de interesse processual, em razão do recebimento da denúncia. (…) Destarte, o Código de Processo Civil, no ponto, arrola expressamente o recurso comportável contra decisão de inadmissibilidade de recurso excepcional, não fazendo previsão de outro recurso travestido de pedido de reconsideração.”

Áudio

No mesmo dia em que o Ministério Público apresentou esse pedido de desistência da desistência, foi “vazado” um áudio em que supostamente o Padre Robson conversa com sua irmã sobre apagar um HD, como forma de constranger publicamente o Presidente do TJGO a acolher o pedido do MPGO.

Em nota enviada pela defesa do Padre Robson, não se manifestará sobre decisões judiciais, porque tramitam em sigilo. Apenas afirma que referida gravação divulgada hoje é mais uma montagem entre tantas que vem sendo feitas pela internet, com programas de edição de áudio e vídeo, sendo portanto falsa, devendo seus autores serem punidos pela criminosa montagem.