Esperança

Médica dança forró com paciente recuperado de Covid-19, em Goiânia

Uma médica dançou forró com paciente após ele se recuperar de internação de quase 100…

Dra. Isadora Mota e Elismário Amorim (Foto: Reprodução/Instagram)
Dra. Isadora Mota e Elismário Amorim (Foto: Reprodução/Instagram)

Uma médica dançou forró com paciente após ele se recuperar de internação de quase 100 dias para tratamento de Covid-19 em hospital de Goiânia. O marceneiro Elismário Amorim, 54 anos, chegou a ter 99% dos pulmões comprometidos pela infecção. Após receber alta hospitalar na última sexta-feira (28), a doutora Isadora Mota convidou o paciente para dançar.

A médica afirma que o afeto faz parte da cura, faz parte da relação humana e também da relação entre profissional de saúde e paciente. Isadora ainda disse que o momento da dança com Elismário foi extremamente gratificante e que estimula ela a continuar cuidando dos pacientes. Marceneiro deu entrada no hospital no dia 24 de fevereiro após ser infectado pelo coronavírus. Elismário passou 89 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e cinco dias na enfermaria do Hospital Ortopédico de Goiânia.

Momentos Difíceis

Elismário afirma que passou por um dos momentos mais difíceis de sua vida durante o tratamento contra Covid-19. Ele agradeceu a médica, a família e a todos que sem empenharam no hospital para ajudá-lo na recuperação. Ele continua sendo tratado em casa e ainda precisa de oxigênio para auxiliá-lo na respiração. Elismário ainda declarou que a dança foi muito gratificante e que o incentivou muito.

Isadora relatou que o gesto de afeto faz diferença no trabalho de recuperação dos pacientes. Ela ressaltou que o momento que todos estão enfrentando neste momento é extremamente difícil. A médica ressaltou que considera que os profissionais de saúde devem continuar cuidando com dignidade dos pacientes que estão em uma fase tão vulnerável.

Em uma rede social, a profissional de saúde postou o vídeo dançando com o paciente e relatou a história de Elismário, da chegada do hospital, até sua cura.

Leia a carta completa:

“E em 24/02/2021 você chegava para caminhar um dos momentos mais difíceis da sua jornada. Dias de luta. Muita luta. Dias em que respirar não era mais tão simples assim e a gente percebe a nossa fragilidade nesse mundo.

Dias em que toda a energia era gasta em focar: inspira, expira. Inspira, expira. Inspi…E já não era mais possível respirar sem ajuda. O corpo chegou ao limite, mas a fé não. A fé jamais.

O oxigênio era baixo e a pressão arterial também abaixou e, às vezes, achamos que você ia…mas você não foi. E, então, seus olhos abriram. “Nós vamos te ajudar. Está tudo bem. Respira.”

E você respirou. E respirou. Inspirou, expirou. Inspirou, expirou. Vamos sair desse leito? Vamos sentar? Ficar de pé? Caminhar? Mas as pernas não obedeciam…

O cansaço era tremendo, mas ficar parado não era uma opção. Luta diária. E você sentou, ficou de pé e caminhou. Mas você não queria apenas caminhar. Queria dançar. Então, dançamos!

Meu querido, 94 dias se passaram até o dia de hoje. A sua luta foi imensa, mas vencemos, certo?! Você venceu a Covid-19. E nós, todos nós, profissionais da saúde que estivemos com você, nos sentimos vitoriosos. Ouvir os sinos badalando, as palmas e as vozes de alegria com a sua alta do hospital para sua casa, seu lar, no dia de hoje, foi uma benção! Nós te temos no coração e foi um privilégio poder cuidar de você.

Obrigada pela dança!”

Com informações de G1