Pai imagina como Jehan Paiva estaria hoje, dez anos após ser morto: “teria dado netinhos”
Homem responsável pelo golpe de canivete que matou Jehan Paiva enfrenta tribunal do júri nesta terça-feira (7)

Enquanto se prepara para assistir ao julgamento do homem que tirou a vida do seu filho, nesta terça-feira (7), o dentista José de Paiva tenta imaginar como estaria Jehan Paiva hoje: seria o terceiro da família formado em odontologia, casado, com filhos e trabalhando no mesmo consultório do pai, em Itapaci.
“Dez anos se passaram. Ele se formaria com 22 anos e estaria agora com nove anos de formado. Com certeza o Jehan estaria muito bem profissionalmente. Eu sou dentista e conhecia muito bem o potencial dele. Estaria hoje sendo um grande profissional, estabilizado na parte financeira”, imagina José.
“Ele tinha projeto de vida. Com certeza estaria casado, porque já tinha namorada e gostava muito dela. E já teria me dado alguns netinhos. Tenho certeza de que ele estaria muito bem hoje”. O pai afirma que Jehan queria conhecer o mundo. “O sonho dele era conhecer a Europa primeiro. Queria conhecer Portugal, por causa da nossa origem, os Paiva. Ele pesquisou as nossas raízes. Era um dos sonhos dele. Me carregava no colo às vezes, era um filho sensacional. Foi tudo água abaixo por causa de um covarde, não tinha motivo para isso. Banal, à toa”.
Jehan, estudante do 8º período de odontologia da Unievangélica, era o organizador de uma festa para alunos do curso e tentou apartar a briga do médico veterinário Paulo Victor Sousa Gomes com um rapaz que teria tentado furar a fila do chopp. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o veterinário teria se irritado com a intervenção de Jehan e lhe dado um golpe de canivete no tórax. Em interrogatório, Paulo Victor diz que agiu em legítima defesa, mas o pai contesta: “Quem quer se defender dá uma facada na perna, no braço. Não no coração. Ele atacou para matar”.
José e Jehan planejavam ter um consultório juntos depois que o estudante se formasse. O projeto do rapaz era ser cirurgião buco-maxilar. “Nosso sonho estava quase se concretizando. A sala do Jehan já estava pronta”. O pai diz que a família faz questão da condenação do réu. “O que eu mais quero é que ele seja condenado. Que a Justiça seja feita com a condenação dele e que ele pague na cadeia por ele ter acabado com o projeto de uma família”.