Quadrilha presa pela PC realizava 300 entregas de drogas por dia

Na quarta etapa de uma operação que somente no ano passado autuou 15 traficantes de drogas, agentes da Delegacia Estadual de Repressão aos Narcóticos (Denarc) prenderam 11 suspeitos de movimentar, mensalmente, mais de R$ 300 mil com a venda de cocaína, crack, e ecstasy. Segundo a Polícia Civil (PC), com ajuda de motociclistas, que recebiam entre R$ 7 mil e R$ 8 mil de salário por mês, o grupo realizava até 300 entregas de drogas diariamente na Grande Goiânia.

Foragido da Justiça, e condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão por tráfico de drogas, Silas Coelho Costa Júnior, de acordo com a PC, era quem comandava a quadrilha. Ele e outros 10 suspeitos foram presos na terça-feira (18), em uma operação que teve participação de mais de 130 policiais. Com o grupo, os agentes apreenderam uma pistola de uso restrito, centenas de porções fracionadas de cocaína e crack, bem como comprimidos de ecstasy.

De acordo com a delegada Marcela Orçai, adjunta da Denarc, que comandou a quarta etapa da Operação Conúbio, a organização era extremamente profissional e somente o líder conhecia todos os integrantes. “Os motoqueiros responsáveis pelas entregas da droga sequer se conheciam e não tinham acesso ao Douglas Henrique Silva, que, junto com sua esposa Ana Paula Soares Rosa, era quem comandava a distribuição. O Douglas, inclusive, começou como entregador, mas logo conquistou confiança e se tornou o gerente do tráfico”, relatou.

Com os suspeitos, a polícia apreendeu mais de 20 celulares, sendo que somente um deles tinha o contato de 800 usuários de drogas. “É um aparelho moderno e com uma capacidade de memória muito grande. Descobrimos que o telefone foi repassado ao novo líder por um dos traficantes presos no ano passado. Nós apuramos ainda que o Douglas tinha dois aparelhos convencionais e vários outros daqueles menores que funcionavam como radinhos, e que eram usados para a comunicação dele com os motoqueiros e também com os viciados”, concluiu a delegada.

Os líderes da quadrilha, ainda segundo a adjunta da Denarc, mantinham uma vida de luxo e ostentavam bens caros, como veículos importados e até motos aquáticas. Apesar de afirmar ter desbaratado toda a quadrilha, Marcela Orçai disse que os celulares e documentos apreendidos durante a operação realizada na terça podem levar a outros traficantes, bem como ajudar a polícia a descobrir se as pessoas presas no ano passado continuam coordenando ações de dentro da cadeia.

Dos 12 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, a Denarc cumpriu 11 e agora procura por Gleiby Winnícius, foragido que trabalhava como entregador para a quadrilha. Durante os quatro meses de investigações, a Polícia Civil filmou algumas entregas de drogas feitas por motoqueiros. Veja o vídeo: