Soterramento no Setor Sul

Responsável por obra no Setor Sul foi alertado sobre riscos de desabamento dias antes do acidente

Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por crime de homicídio culposo no inquérito que…

Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil por crime de homicídio culposo no inquérito que apura o soterramento e morte de dois empregados da obra de ampliação da Clínica do Esporte no Setor Sul, em Goiânia. Durante as investigações a polícia descobriu que o engenheiro técnico Sidney Borges Rodrigues, responsável pela obra, tinha sido alertado 12 dias antes sobre os riscos de desabamento, mas ainda assim continuou o trabalho.

O soterramento aconteceu no último dia 10 de agosto e matou os serventes Carlito Francisco dos Santos, de 39 anos, e Wender Cesar de Oliveira, 39. De acordo com o delegado Isaías de Araújo Pinheiro, titular do 1º Distrito Policial, uma série de erros provocou a morte dos dois serventes, mas a omissão do engenheiro técnico responsável foi ainda mais grave.

“Pra começar a terra que estava sendo retirada do fosso tinha que ser colocada pelo menos 10 metros distante, mas estava sendo acondicionada ao lado. Porém o mais grave foi o fato do Sidney ter sido alertado, no dia 29 de julho, pelo engenheiro Gustavo Vieira Botelho, projetista da obra, que ele teria que parar o trabalho para fazer uma contenção da barreira exatamente no local onde aconteceu o acidente. Ao invés de interromper o trabalho e fazer a alteração ele assinou um termo de responsabilidade e continuou o serviço, o que para nós configura claramente o crime de homicídio”, enfatizou o delegado.

Além de Sidney, o delegado indiciou o técnico em segurança de trabalho Raimundo Augusto de Brito, o mestre de obras João de Faria Neto e o engenheiro executor do projeto Álvaro Faria de Aguiar. Por saber da necessidade das alterações mas ainda assim ter continuado a obra, Sidney, segundo o delegado, deve ser denunciado pelo Ministério Público por duplo homicídio doloso, quando há intenção de matar.