AULAS REMOTAS

Secretária da Educação diz que professores adoeceriam com aulas presenciais na rede pública

Fátima Gavioli diz que regime remoto de aulas deve ser mantido enquanto Goiás estiver no risco vermelho

Secretária de Educação pede para que pais mandem alunos para aulas presenciais
Secretária de Educação, Fátima Gavioli (Foto: Seduc)

A titular da Secretaria de Educação de Goiás (Seduc), Fátima Gavioli, confirmou que, mesmo com o aval do governo estadual e do Centro de Operações de Emergências (COE), não vai determinar o retorno das aulas presenciais na rede estadual de ensino. Segundo a secretária, não é possível convocar o retorno dos profissionais da Educação num momento em que Goiás encontra-se em situação de calamidade, a pior classificação de contaminação pela Covid-19.

Ao Mais Goiás, Gavioli disse que o sistema remoto adotado pelo governo do Estado em 2020, o Regime Especial de Aulas Não Presenciais (Reanp), “tem uma das melhores estruturas que se poder ter num regime de aulas” e deverá ser mantido enquanto perdurar a classificação vermelha de calamidade. O retorno nas atuais circunstâncias, pontua a secretária, coloca em risco tanto os alunos quanto os professores e demais profissionais da Educação.

“Ficou amarela [a classificação do estado], eu volto. Não há muito o que se fazer neste momento senão cuidar muito bem dessas crianças. E se eu colocar os professores de volta, daqui a pouco eu terei máquinas e não terei pessoas, porque elas vão adoecer diante de tanta instabilidade”, afirmou.

Conforme a Secretaria de Saúde (SES), 17 das 18 regiões de Goiás estão dentro da classificação vermelha de transmissão do coronavírus. Atualmente, há 482.243 casos confirmados de Covid-19 no estado e 11.432 óbitos em decorrência da doença.

Problemas na estrutura

Apesar da afirma da secretária estadual de que o Reanp possui “uma das melhores estruturas”, ainda assim os estudantes esbarram em dificuldades como a dificuldade do acesso à internet. Segundo uma pesquisa realizada pela Federação Goiana de Municípios (FGM), de 191 municípios de Goiás, 148 têm dificuldades na questão de conectividade dos alunos com a internet nas aulas remotas durante a pandemia.

O número representa a existência de dificuldade em 77,64% das cidades pesquisadas. O obstáculo mais citado pelos gestores é o fato dos alunos não contarem com aparelho celular ou computador. Para Fátima Gavioli, essa disparidade sempre existiu mas foi evidenciada pela pandemia.

Como meio de corrigir o problema, a titular da Seduc informou providencia a compra de notebooks e outros aparelhos eletrônicos que serão distribuídos nas escolas cujos alunos encontram dificuldades com conectividade.