Saúde

Secretaria de Saúde apresenta medidas para o combate ao Aedes aegypti e monitoramento do zika

// O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, apresentou as medidas adotadas em Goiás para o…


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O secretário da Saúde, Leonardo Vilela, apresentou as medidas adotadas em Goiás para o controle do Aedes aegypti e monitoramento do vírus zika. Entre elas, está uma resolução, editada nesta semana, que torna compulsória a notificação de todos os casos do vírus no Estado. O documento torna a notificação obrigatória a todos os profissionais de saúde e coordenadores de instituições públicas e privadas responsáveis pelo atendimento aos pacientes.

A Secretaria da Saúde (SES) também emitirá uma nota técnica aos municípios para que o monitoramento e notificação dos casos suspeitos de microcefalia sejam ou não relacionados a sinais e sintomas de zika na gestante. Outras ações do órgão é a intensificação das ações de controle do vetor e o incentivo aos comitês municipais para mobilização no combate ao Aedes aegypti.

Para o secretário, o combate ao mosquito é uma das principais medidas. “O que nós temos que fazer é combater o Aedes aegypti, que é o transmissor da dengue, da chikungunya, da febre amarela e da zika, mesmo não tendo nenhum caso de zika confirmado em Goiás. Essa é uma questão de tempo. Assim como o vírus chegou ao Brasil há um ano e já se esparramou pelo Nordeste e outros Estados, ele também chegará a Goiás.”

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que existem 18 Estados brasileiros com casos confirmados de vírus zika, nenhum deles em Goiás. Até esta terça-feira (24/11), haviam registros em Roraima, Pará, Amazônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná.

Microcefalia

Leonardo Vilela (Foto: Divulgação)

A proliferação do vírus zika está sendo associada ao crescente número de registros de microcefalia no país. Neste ano, já chegam a 739 os casos suspeitos. Os casos se concentram em nove Estados e Goiás é o único deles que não está localizado no Nordeste.

O maior número de suspeitas está em Pernambuco (487), primeiro Estado a identificar aumento de microcefalia na região. Em 2014, Pernambuco registrou 12 casos. Em seguida, estão a Paraíba (96), Sergipe (54), o Rio Grande do Norte (47), o Piauí (27), Alagoas (dez), o Ceará (nove), a Bahia (oito) e Goiás (um). Entre esses casos, há uma morte que pode estar relacionada à microcefalia, de acordo com o ministério. O caso está em investigação.

“Pesquisadores, desde o início, estão estabelecendo uma correlação positiva entre a microcefalia e o vírus Zika”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (24). “O que os pesquisadores estão dizendo é que podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o Zika. Há pesquisadores que chegam a dizer que há 99,5% de certeza que é o Zika vírus.”

Segundo ele, o ineditismo da situação faz o trabalho de prevenção do problema ainda mais difícil de ser realizado. “Se tivéssemos uma literatura internacional que nos respaldasse, não tinha nenhum problema. O problema é que tudo que está acontecendo no Brasil é inédito. No mundo todo, não há um caso de epidemia de Zika nem de surto de microcefalia como está acontecendo no Brasil”, afirmou. Goiás tem apenas a confirmação de um caso de microcefalia, que está sendo investigado e não pode ainda ser relacionado ao vírus.

Outros fatores

Leonardo Vilela disse que vários outros fatores podem causar a microcefalia, como a exposição a drogas e produtos químicos, malformação do sistema nervoso central, diminuição do oxigênio durante a gestação, desnutrição grave durante a gravidez e toxoplasmose. O secretário disse que a própria infecção por dengue pode estar também relacionada com esse tipo de malformação. “Bactérias e vírus no primeiro trimestre de gravidez tem grande potencial para provocar anomalias congênitas, inclusive microcefalia.” O secretário destacou também que ainda não há meios laboratoriais que possam confirmar a relação do zika vírus com a microcefalia.

Por isso, de acordo com Leonardo Vilela, as orientações para as gestantes são: fazer o pré-natal; não usar qualquer tipo de drogas sem orientação médica; evitar contato com pessoas que tenham febre ou manchas na pele e combater o Aedes aegypti no seu domicílio. “O mosquito tem uma área de ação muito pequena, em torno de 150 metros. Então se a pessoa mantiver a casa sem foco e se possível utilizar telas nas janelas, usar roupas longas quando for sair e repelente, ela já estará se prevenindo.”

O secretário disse também que mulheres que pretendem engravidar devem tomar todos os cuidados para se prevenir, mas de acordo com ele ainda não há motivos para alarmismo. “É lógico que é uma questão que merece todo o cuidado, mas sem pânico, sem orientações do tipo ‘não engravide’. Isso ainda não cabe neste momento.”

Nesta sexta-feira (27), o Instituto Evandro Chagas confirmou a primeira morte ocorrida no Brasil por consequência do zika. A vítima era um homem do Maranhão, falecido em junho, cuja identidade não foi revelada. Segundo os pesquisadores, o fato de que ele também sofria de lúpus, uma doença que atinge o sistema imunológico, foi determinante para sua morte.