PIRATAS DO CAMPO

Sete pessoas da mesma família são condenadas por vender agrotóxicos roubados em Goiás

A Justiça condenou sete pessoas que haviam sido presas por roubar, adulterar e vender agrotóxicos…

Um dos carros apreendido que serão leiloados (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Um dos carros apreendido que serão leiloados (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Justiça condenou sete pessoas que haviam sido presas por roubar, adulterar e vender agrotóxicos em Goiás. O grupo é formado por pai, mãe, filho e quatro enteados. Eles vão cumprir pena que chega a 67 anos de prisão (além de 563 dias-multa) por associação criminosa, receptação, crime contra as relações de consumo e crime ambiental. Batizada de “Piratas do Campo”, a operação foi deflagrada em julho de 2021 e o julgamento aconteceu no início desta semana, em Goiânia.

O Judiciário também determinou a apreensão de dois caminhões e dois carros para serem leiloados. Os valores arrecadados serão transferidos para a conta do Fundo Especial de Apoio ao Combate à Lavagem de Capitais e às Organizações Criminosas (Fesacoc). Outros quatro carros e duas empilhadeiras apreendidas ficarão à disposição para uso da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.

Membros da mesma família são condenados por roubar, adulterar e vender defensivos agrícolas (Foto: Polícia Civil)

Inicialmente, a operação apurou que as empresas sofreram prejuízos de R$ 1 milhão e meio em agrotóxicos roubados, além da perda financeira pelo transporte dos produtos, que está estimada em R$ 400 mil.

Esquema de adulteração de agrotóxico

Os criminosos contratavam pessoas para roubar as cargas de agrotóxico de produtores rurais de grandes fazendas e de caminhões que realizavam o transporte. Após serem roubados, os caminhões eram levados para galpões de Goiás e Mato Grosso, onde eram descarregados. Com equipamentos sofisticados de indústrias químicas, a família realizava a adulteração do agrotóxico que resultava no aumento da litragem em até cem vezes.

Com os produtos já falsificados, o grupo rotulava os agrotóxicos com marcas de empresas do ramo e revendia para produtores rurais. De acordo com a polícia, lavouras de soja e milho foram destruídas devido ao produto, além do solo que foi contaminado.

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