Operação Cegueira

Sete presos suspeitos de fraudes no Detran são soltos

Os sete suspeitos por fraude no Detran foram soltos, na tarde desta segunda-feira (11). Eles…

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Foto: Reprodução

Os sete suspeitos por fraude no Detran foram soltos, na tarde desta segunda-feira (11). Eles estavam presos desde a última sexta-feira (8), após audiência de custódia na qual a juíza Placidina Pires decidiu mantê-los detidos temporariamente por mais cinco dias. As prisões são parte da Operação Cegueira, que aconteceu, além de Goiás, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Estavam detidos: o dono da SanperesDaniel Ganda dos Santos; o empresário Sérgio Augusto Nunes Pinto; o contator Wederson da Silva Viana; a contadora Rosana Ribeiro da Silva; os advogados Vagner Pedroso CoavilaCarlos Henrique Senkio e Marcelo Augusto Sampaio Martins. Alguns estavam no Núcleo de Custódia, outros na Delegacia Estadual de Capturas (Decap).

O advogado Lucas Marcelo de Oliveira, que representa Vagner Pedroso Coavila e Carlos Henrique Senkio, novamente caracterizou a prisão “desnecessária.” Ele afirma que, além dos clientes, os demais envolvidos sempre colaboraram com as investigações e agora espera que “a Justiça seja feita.” A mesma colocação foi feita pela defesa de Marcelo Augusto Sampaio Martins, representada por Tito Amaral. “Isso já era esperado. Essa prisão foi desnecessária e sem nenhum tipo de relevância”, disse.

Investigações

As investigações do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) da Polícia Civil apontaram que as empresas responsáveis por fraude, lavagem de dinheiro e uso de documento falso no órgão operam em outros Estados. Além das prisões, foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão em casas e empresas de Goiânia, nesta quinta-feira (7).

O delegado do caso, Rômulo Figueiredo de Matos, destaca que o esquema envolve diversas empresas e era comandado por duas maiores sediadas fora de Goiás. As empresas, segundo ele, buscam dominar o remo de vistoria no Brasil. Boa parte delas estão em São Paulo.

Em Goiás, de acordo com as investigações, houve fraudes no processo licitatório do Detran para dar outorga de serviço público de vistoria veicular por 10 anos. O contrato assinado com a empresa Sanperes foi assinado em 2014, com o valor de R$ 582 milhões. As demais empresas, teoricamente, seriam concorrentes dela. Entretanto, faziam parte do mesmo grupo empresarial.

Todo o esquema de fraude resultou em um rombo de R$ 100 milhões e foi feito de duas formas. As investigações mostraram que houve superfaturamento de fatura fixada inicialmente. Além disso, também foram feitos reajustes indevidos que propiciaram enriquecimento irregular avaliado em R$ 44 milhões as custas do Detran.

“Havia sócios ocultos nesses grupos de empresas que estavam atuando em conjunto, de modo que o valor fixado inicialmente foi superfaturado. Para se ter ideia, hoje o preço da tarifa de vistoria está, em média, R$ 85. Há quase cinco anos o valor estipulado era de R$ 117”, disse o delegado.