Setor Jaó

Três PMs do COD filmados executando dois suspeitos vão a juri popular

Data do júri dos três policiais ainda não foi definida

PMs do COD filmados executando dois suspeitos vão a juri popular Data do júri dos três policiais ainda não foi definida
Foto: Reprodução

Três dos seis policiais militares que participaram de uma abordagem que culminou com as mortes de dois homens no ano passado, em Goiânia, serão levados a júri popular. A decisão foi anunciada esta semana pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, que deixou de fora do inquérito três militares que também estavam no local, mas não efetuaram disparos. A data do júri dos três policiais ainda não foi definida.

Marines Pereira Gonçalves, que tinha 42 anos, e Junio José de Aquino Leite, de 40 anos, foram mortos com tiros de fuzil no dia 1º de abril de 2024 no Setor Jaó, durante uma abordagem realizada por uma equipe do Comando de Operações de Divisas (COD). Na ocasião, os PMs alegaram um confronto armado e apresentaram duas armas de fogo que teriam sido usadas pelos homens que acabaram mortos, para atirar contra a equipe.

Um vídeo gravado pelo celular de Junio, porém, mostrou que ele e o amigo foram baleados após descerem do carro, com as mãos para o alto. As imagens também registraram o momento em que um PM do COD retirou um revólver da farda, que estava enrolado em um saco plástico, e efetuou dois disparos para incriminar os suspeitos.

Além das imagens, a perícia realizada no local mostrou que a cena do crime foi alterada pelos PMs. Diante do vídeo, e das demais evidências, o juiz Antônio Fernandes Oliveira decidiu mandar o tenente Wandson Reis dos Santos e os sargentos Wellington Soares Monteiro e Jordão Francisco Pereira Moreira ao Tribunal do Júri.

Outros três PMs que também participaram da abordagem, sendo dois soldados e um tenente, que estavam em um carro descaracterizado do Serviço de Inteligência, ficaram de fora do processo. A Justiça considerou o fato de eles não terem participado dos disparos contra as vítimas.

A reportagem do Mais Goiás não conseguiu contato com as defesas dos denunciados, mas o espaço está aberto para pronunciamento.

Na ocasião das mortes, os seis policiais ficaram presos por quase dois meses, mas foram liberados para responder ao processo em liberdade no início do mês de junho.