Mais uma chance

“Vamos dar um voto de confiança para as empresas”, afirma Jânio Darrot após aumento da passagem

O aumento na passagem do transporte coletivo da Grande Goiânia foi aprovado na manhã desta quarta-feira…

O aumento na passagem do transporte coletivo da Grande Goiânia foi aprovado na manhã desta quarta-feira (17) e passa a valer a partir das 5 horas da manhã desta quinta (18). Um dos principais pontos questionados sobre a medida são as melhorias prometidas. Segundo as empresas, elas foram feitas. Mas não são sentidas pelos usuários dos ônibus.

Após a reunião desta manhã, que contou com a presença de nove membros da Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC), o presidente da entidade, Jânio Darrot (PSDB), afirmou que dará mais um voto de confianças para que as empresas realizem essas mudanças.

“Eu acho injusto [o aumento da passagem], mas precisamos de um ponto de partidas. Hoje nós tínhamos que tomar uma decisão. Ou nós iríamos quebrar o contrato e não reajustar a tarifa e estabelecer o caos ainda maior nas empresas que estão apresentando números , dos quais apontam prejuízos. Vamos dar um voto de confiança para as empresas e nós vamos fortalecer a CDTC”, disse.

Jânio destacou que não poderia haver quebra de contrato enquanto ele for presidente, pois ele não participou da deliberação passada. E alegou que novas melhorias serão discutidas nos próximos meses. Uma delas é a fusão da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) com a CDTC.

“Para que tenha um fundo, não de 1%, mas sim de 2% do sistema de transporte, para que ele [órgão] possa fazer a fiscalização dessas melhorias para que sejam estabelecidas e, posteriormente, possam ser analisadas, verificadas e, se não cumpridas, não teremos quebra de contrato”, afirma.

Nove, dos 11 membros, participaram da reunião (Foto: Divulgação/ Secom)

O novo presidente da CMTC, Benjamin Kennedy Machado, acredita a atuação da pasta não é eficiente, pois não consegue fiscalizar o cumprimento dos contratos. E defende a criação de receitas extra tarifárias, que, anualmente, poderiam incrementar a receita em R$ 160 a 200 milhões. Segundo Kennedy, esses recursos são oriundos da legalização do transporte de aplicativo, dos serviços de bicicletas, de estacionamentos, entre outras.

“Nós poderemos fazer o custeio das gratuidades, da operação dos terminais de integração, da manutenção e reforma dos abrigos. Assim faremos uma desoneração da tarifa e assim se torna uma redução dos valores para o usuário, pois, atualmente, é ele que paga o bolo inteiro do transporte coletivo”, destaca.

Há a previsão de reuniões dos membros da CDTC para que essas melhorias sejam discutidas. Se implantadas, segundo Kennedy, as empresas que não cumprirem o que for firmado poderão ter os contratos rescindidos e não participarão do consórcio que opera na região metropolitana da capital.

Votos contrários

O aumento da tarifa venceu de sete votos a dois. O vereador Lucas Kitão (PSL) ironizou que a decisão era um “presente de páscoa” para a população goianiense e reclamou da forma com que a reunião foi conduzida. “Foi uma reunião truculenta, conduzida com pouco de autoritarismo e a gente ficou um pouco sentido de não poder discutir as deliberações. Simplesmente encaminharam a nós uma carta de intenções, simplesmente histórias a se contar. Aumento passou e não foi discutido nenhuma melhoria, infelizmente”, reclama.

O deputado Alysson Lima (PRB) também reclamou e disse que tudo não passou de um “faz de conta”. Ele apontou que a reunião apresentou um aspecto “tirano”. Isso porque não foram levadas em consideração as melhorias realizadas no transporte coletivo, apenas o reajuste da tarifa. “Saio com sentimento de frustração. Esperaram a véspera de feriado religioso para colocar essa fatídica pauta. Estou saindo agora é já temos um processo pronto para protocolar contra o aumento da tarifa”, desabafa.

Eixo Anhanguera

Outro ponto de discussão foi a concessão do Eixo Anhanguera à Prefeitura para a privatização do serviço. Houve a assinatura de uma carta de intenções, nesta quarta-feira (17), por parte do governador Ronaldo Caiado (DEM) e do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB).

São levantados, no texto, o déficit mensal da Metrobus de R$ 2,5 milhões, além da necessidade de “estudos jurídicos e econômicos para a melhoria da execução do serviço público de transporte de passageiros”. E de “licitação para a nova concessão do serviço público.”

Momento de assinatura da carta de intenções para melhoria do Eixo Anhanguera (Foto: Assessoria)