JINGLE

Após clipe com Pabllo Vittar, PT agora quer Anitta

Funkeira carioca ainda não declarou publicamente seu voto

Funkeira carioca ainda não declarou publicamente seu voto. Após clipe com Pabllo Vittar, PT agora quer Anitta
(Foto: Redes Sociais)

Hoje com 28 anos, Pabllo Vittar ainda não era nascida quando o jingle “Sem Medo de Ser Feliz”, composição do baiano Hilton Acioly, foi gravado em um clipe protagonizado por dezenas de artistas e intelectuais brasileiros em meio à corrida presidencial de 1989. “Lula Lá / Brilha Uma Estrela”, bradavam, a plenos pulmões, nomes como Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Lidia Brondi e Marieta Severo, em campanha pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na disputa com Fernando Collor de Mello.

A estrela, àquela época, não brilhou: Lula perdeu as eleições, mas o jingle não morreu ali. Pelo contrário. Considerado um “case” entre as músicas da história política nacional recente, o “Lula Lá” foi oficialmente ressuscitado no sábado (7).

Apresentado no lançamento da pré-candidatura da chapa do petista à Presidência com Geraldo Alckmin (PSB) como vice, o jingle foi anunciado pela socióloga Rosângela da Silva, a Janja, como um “presente de casamento” ao noivo –ela e Lula se casam no próximo dia 18.

O clipe é uma adaptação feita por Leonardo Leone, com Janja à frente da cada detalhe e de cada participante convidado –um mix de gerações que inclui Martinho da Vila, Otto, Zélia Duncan, Bela Gil, Maria Rita, Dadi Carvalho, Teresa Cristina e talentos da nova cena musical brasileira, como Flor Gil, Pabllo Vittar, Daniel Ganjaman, Duda Beat e Russo Passapusso.

Viralizou. “Na nossa avaliação, o vídeo cumpriu essa função de chegar aos jovens e emocionar quem está fora da militância política cotidiana”, analisa Marcio Tavares, secretário de Cultura do PT. Seguindo este raciocínio, não é difícil entender o destaque dado a Pabllo Vittar.

Artista com maior número de seguidores entre os que participam do clipe (15 milhões de followers no Twitter e no Instagram), Pabllo é considerada internamente um exemplo de lealdade a Lula, já que foi uma das primeiras a se expor publicamente em defesa da candidatura do petista, o que continua fazendo em shows, nas redes e em entrevistas.

​O partido mira agora no apoio de Anitta, o que não parece ser uma tarefa impossível. Inimiga figadal de Jair Bolsonaro, a quem bloqueou de suas redes antes de mandá-lo “catar o que fazer”, a cantora pode ser o fiel da balança entre o eleitorado mais jovem. Afinal, o que esperar de uma das responsáveis por uma campanha que levou mais de dois milhões de brasileiros entre 16 e 18 anos a votar pela primeira vez?

Três em cada quatro deles tiraram o título de eleitor a partir de março, quando Anitta deu mais tração em suas redes à campanha pela participação deste público nas eleições de outubro (o seu público, diga-se de passagem), e conseguiu a adesão de estrelas de Hollywood como Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo.

O feito mereceu comemoração do ministro Luiz Edson Facchin, presidente do TSE. “Convocada a participar das eleições, a juventude brasileira deu uma resposta impressionante”, afirmou.