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Defesa afirma que José Dumont se considera padrinho de menino que é suspeito de estuprar e nega crime

Em pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio, feito na última sexta-feira,…

Alegação consta em habeas corpus que solicita revogação da prisão ator José Dumont padrinho de menino que é suspeito de estuprar, diz defesa
(Foto: Reprodução)

Em pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio, feito na última sexta-feira, a defesa do ator José Dumont alega que o cliente se considera padrinho de uma criança de 12 anos da qual é acusada de abusar. No documento, os advogados alegam que o cliente conhece os pais do menino há mais de um ano, razão pela qual passou ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro. O pedido de liberdade do ator foi negado no Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça no último sábado.

Dumont foi preso em flagrante na última quinta-feira por armazenar vídeos e fotos de pornografia infantil. O artista também é alvo de uma investigação por suspeita de ter estuprado uma criança de 12 anos. No pedido de habeas corpus, os advogados afirmam que o garoto acompanhava Dumont de forma usual até a portaria de seu prédio e que ambos se despediam com beijo e abraço, tudo à visto de todos, e sem qualquer conotação sexual. Os advogados alegam que o ator “possui muito carinho pela criança e se considera padrinho da mesma, razão pela qual passou a ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro”.

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O pedido de habeas corpus foi negado liminarmente no último sábado e ainda será apreciado pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Os advogados solicitam a revogação da prisão preventiva de Dumont ou a concessão da liberdade provisória com pagamento de fiança.

A prisão de Dumont ocorreu na última quinta-feira, quando agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) cumpriam um mandado de busca e apreensão na residência dele, no Bairro do Catete, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, os policiais encontraram cerca de 240 arquivos, entre imagens e vídeos, de pornografia infantil, que estavam armazenados em um telefone celular e um computador. Também foi encontrado, na mesma operação, um comprovante de depósito bancário para uma suposta vítima de abuso sexual, investigação que motivou a operação de busca e apreensão. O artista já era investigado pela DCAV pelo estupro de um menino de 12 anos, que teria recebido os mil reais do ator após o crime.

José Dumont acabou sendo preso em flagrante por armazenar imagens de criança com teor sexual. De acordo com a investigação da DCAV, José Dumont teria se aproveitado do prestígio e reconhecimento como ator para atrair a atenção do adolescente de 12 anos, que era seu fã. A investigação aponta ainda que ele desenvolveu um relacionamento próximo com o menino, oferecendo ajuda financeira e presentes, valendo-se da vulnerabilidade financeira da vítima para, a partir daí, fazer investidas com beijos na boca e carícias íntimas, que acabaram sendo captadas por câmeras de vigilância, dando início às investigações.

Confrontado com as imagens de pornografia infantil apreendidas em seu celular e no seu computador pessoal, o ator confirmou, em depoimento prestado à polícia na quinta-feira, que elas eram de sua propriedade e faziam parte de um “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros”.

A apreensão de material de pornografia infantil não é o único problema enfrentado pelo ator na Justiça. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) anunciou, nesta segunda-feira, ter requerido a retomada das investigações de um inquérito policial que apura uma denúncia de crime de estupro de vulnerável contra José Dumont . De acordo com o relato de duas testemunhas, o delito teria ocorrido em 2009, no interior de um apartamento onde o ator se hospedava, no município de Cabedelo, e envolveria meninos na faixa etária de oito a 14 anos.

Ainda segundo o Ministério Público da Paraíba, a estimativa é a de que José Dumont, que está preso no Rio, seja ouvido sobre o caso nos próximos 30 dias. A tendência é a de que o ator seja interrogado pela polícia paraibana pelo sistema de videoconferência. Segundo o MPPB, o inquérito estava parado desde 2013, após tentativas fracassadas de localizar e ouvir o ator, no Rio e em São Paulo por carta precatória. Ainda segundo o MPPB, o inquérito foi encaminhado para a autoridade policial com um pedido para que às vítimas do suposto crime sejam identificadas e ouvidas.

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Como a investigação não encontrou indícios suficientes da autoria do crime, o ator não foi denunciado pelo Ministério Público. O caso veio á tona depois que duas mulheres procuraram o Ministério Público Federal (MPF) para denunciar que o ator levava crianças para seu apartamento. O MPF encaminhou a denúncia para o Ministério Público estadual que ouviu as duas testemunhas e ainda uma terceira pessoa. Esta última também confirmou ter visto o ator levando meninos para seu apartamento.

Com mais de 40 de carreira, José Dumont estava escalado para a novela “Todas as Flores”, no Globoplay, plataforma de streaming da TV Globo, que tem estreia prevista para outubro. Em nota, a Globo afirmou que o ator foi retirado da trama criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araújo. O último trabalho do ator na emissora foi em “Nos tempos do Imperador” (2021). Na novela, ele interpretava Coronel Eudoro, um fazendeiro viúvo, pai de Pilar (Gabriela Medvedovski) e Dolores (Daphne Bozaski).

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