Despedida de Fred Rodrigues da Assembleia enche galerias com apoiadores e críticos
Deputado teve mandato cassado pelo TSE
Com Eduardo Pinheiro
As galerias da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) se encheram, nesta terça-feira (19), para a despedida do deputado estadual Fred Rodrigues (DC), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana. Eleitores da direita prestavam apoio ao parlamentar, enquanto os da esquerda, sindicalistas que esperavam aprovação de planos de carreira da Educação e Saúde, endossavam a decisão da Corte.
No pequeno expediente, Fred condenou a cassação. “Em dois anos, passei de 740 votos, em Goiânia, para mais de 23 mil. No total do Estado, foram 42.784 mil goianos. Fui o oitavo deputado com mais votos. E, com essa decisão, todos esses votos foram ‘assassinados’”, afirmou.
Fred foi condenado por causa da prestação de contas as eleições de 2020, quando disputou a Câmara de Goiânia. A decisão da Justiça eleitoral foi unânime no plenário virtual.
Ainda segundo ele, “o que foi cometido pelo TSE foi uma injustiça não contra mim, mas contra toda a democracia. Se um mandato pode ser caçado em um plenário virtual, sem direito de defesa, o que mais é possível?”, questionou.
Na ocasião, em discurso de apoio ao colega, o deputado Amauri Ribeiro (União Brasil) provocou os presentes favoráveis a cassação, que se manifestaram em resposta. “Vaia de gente burra é elogio”, chegou a dizer.
Diretoria
Presidente da Alego, o deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil) anunciou, durante a sessão, que Fred Rodrigues irá ocupar uma diretoria. Esta será no mesmo gabinete em que ocupa como parlamentar.
“Enquanto eu estiver na presidência, será tratado, não apenas por mim, mas por todos os servidores desta casa, por todos os deputados e deputadas, com todo o respeito, que sempre temos para com toda a população, mas lhe tendo como um deputado estadual, eleito, porém afastado. Ele tem o nosso carinho e o nosso respeito”, disse Peixoto.
O presidente da Assembleia ainda lembrou que parlamentar pode recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o respeito dos colegas e servidores, continuando na estrutura da casa. O presidente revelou que ainda não notificado da decisão do TSE.