Não é assim que vocês homenagearão Iris

Ainda sob efeito da comoção causada pela partida de Iris Rezende, surgem mil projetos para homenagear a memória do grande líder político que nos deixou na semana passada. Era previsível. Eu sempre soube que quando Iris morresse, entraria para a história pelo personagem que foi e seria nome de muita coisa em Goiás. Bairro, rodovia, viaduto, ponte, estrada… Contudo, no afã de reverenciar alguém que merece as honrarias, tem muita gente metendo os pés pelas mãos.

Já vi tudo quanto é tipo de proposta. Mudar o nome do Centro de Convenções. Mudar o nome do Bosque dos Buritis, mudar o nome de um tanto de equipamentos públicos para que passe a estampar o nome de Iris. Isso é um erro gigante. Pois só causará confusão na população e ainda não cairá na boca do povo, o que deveria ser o objetivo da proposta.

Por exemplo, você sabe me informar como faço para chegar na Praça Pedro Ludovico Teixeira?

Sim, você sabe.

Esse é o nome real da Praça Cívica. E ninguém sabe que a praça central de Goiânia tem o nome do responsável pela construção da nova capital. E mesmo quem sabe, não a chama assim. Pois seria inútil.

A forma correta de homenagear a memória de Iris Rezende não é trocando o nome de alguma coisa que já existe pelo do ex-prefeito. É no lançamento de uma obra já ter claro que Iris será o personagem ali homenageado. Dessa forma, a obra já fica conhecida pela população desde seu surgimento pelo nome daquele que se pretende homenagear. Desse jeito, a coisa pega.

O problema é que isso demanda planejamento. E essa é uma característica pouco quista pelos políticos brasileiros. Todos querem tirar da manga soluções mágicas para relembrar a memória de alguém que nos deixou recentemente e faturar politicamente em cima do fato, não se importando se a homenagem será mesmo da envergadura que possui a figura que nos deixou.

Que os vereadores de Goiânia e demais parlamentares goianos segurem um pouco a onda para que Iris receba as homenagens do tamanho que devem ser. E isso só será alcançado sem substituições tacanhas e feitas no afogadilho.

 

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Jackson Rodrigues