Pacheco diz que presidirá Senado em obediência à Constituição, critica golpismo e líderes que inflamam população a atos antidemocrático
"Cargo que me honra e desafia", disse o líder da Casa

Em seu primeiro discurso como presidente do Senado reeleito, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que buscará desempenhar esse papel em obediência à Constituição, as leis e regimento interno dessa casa. “Cargo que me honra e desafia.”
Ainda segundo ele, as disputas democráticas fortalecem a democracia. “Diante disso, cumprimento Rogério Marinho [seu adversário na disputa] pela disputa travada. A essência da democracia deve ser essa. Solucionar disputas e fazer as divergências pacificamente.”
Para ele, os Poderes e entes devem buscar a pacificação e garantir que as políticas públicas cheguem à população. “E o Senado também precisa de pacificação. Os interesses do País também estão acima de questões partidárias. E nós precisamos nos unir pelo Brasil.”
Ele aproveitou para alfinetar Bolsonaro (PL) e outras lideranças sem citar nome. “Pacificação não significa omissão ou leniência. Não é inflamar a população com narrativas inverídicas, tampouco com soluções aparentes que geram instabilidade institucional. Pacificação não significa se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação é buscar cooperação, lutar pela verdade e abandonar o discurso de nós contra ele.” Segundo ele, os atos de vandalismo contra os três Poderes em Brasília serão superados, mas não esquecidos.
Para o presidente, os brasileiros precisam voltar a divergir civilizadamente. Precisam reconhecer quando derrotados e respeitar as autoridades das instituições públicas. “Só há ordem, patriotismo e humanidade se assim o fizerem. O papel de incentivar deve ser assumido pelas lideranças brasileiras. Discurso de ódio, golpista, deve ser desestimulado e combatido por todos nós, sem exceção.”
Eleição de Pacheco
Pacheco foi reeleito para presidente do Senado nesta quarta-feira (1º/2), data da posse dos 27 novos congressistas da Casa, eleitos em outubro de 2022. Ele disputou o cargo com o recém-empossado Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro (PL).
Foram 49 votos para o mineiro e 32 para o bolsonarista. Não houve nenhum voto em branco. Pacheco, que precisava de 41 votos, teve o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marinho, do PL, PP, Republicanos e alguns nomes do PSD.
Vale citar, o mandato do presidente do Senado compreende o período de 2023 a 2025. Ele também acumula o cargo no Congresso Nacional. Os demais integrantes da mesa serão definidos na quinta-feira (2). Em relação aos 27 empossados, eles ficam por oitos anos, de fevereiro de 2023 até fevereiro de 2031, na Casa Alta.