OPERAÇÃO ZARATUSTRA

Promotor quer pente fino nas contas bancárias de Iso Moreira e filhos

Coordenador da Operação Zaratustra, o promotor Douglas Chegury afirma que a Justiça autorizou a quebra…

Defesa de Iso Moreira vai entrar com recurso para desbloqueio de bens
Defesa de Iso Moreira vai entrar com recurso para desbloqueio de bens

Coordenador da Operação Zaratustra, o promotor Douglas Chegury afirma que a Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado estadual Iso Moreira, os filhos Alessandro Moreira dos Santos e Aloísio Moreira dos Santos Júnior e demais investigados. “Já avisamos o Banco Central e agora só estamos aguardando para corroborar a investigação.”

Ele também aponta que já foi pedido o bloqueio de R$ 10 milhões das contas dos seis possíveis envolvidos. Destaca-se que esse seria o valor desviado em 13 anos (entre 2003 e 2006), em suposto esquema ilegal de compra e venda de combustíveis, junto ao Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, de propriedade da família do parlamentar.

A operação investiga o deputado Iso e seus filhos por suposta improbidade administrativa, fraude em processo de licitação e falsidade ideológica para desviar recursos da prefeitura do município. Além deles, o ex-prefeito David Moreira de Carvalho também é alvo de investigação, bem como os assessores de Iso, Humberto Carlos Teixeira e Carlos Alberto Dourado.

Detalhes

Segundo o promotor Douglas, o Tribunal de Contas dos Municípios apontou irregularidades de compra e venda no posto da família, durante a gestão de David em Alvorada do Norte (2011 a 2016), o que motivou o MP-GO a investigar este estabelecimento que comercializava com a prefeitura.

“Foram várias alterações seguidas no contrato. Quando Alessandro foi eleito, em 2003, ele queria que a prefeitura comprasse do posto dele, mas a lei de licitações proíbe. A solução foi tirá-lo do contrato social e colocar o David Moreira. Em 2009, elegeram o David, aí tiraram o nome dele e colocaram dois assessores do Iso como supostos proprietários, o Carlos Dourado e Humberto Teixeira. Em 2017 terminou o mandato e Iso e Alessandro voltaram ser os donos”, resume.

Sobre o estilo de atuação, com o uso de “laranjas” próximos, o coordenador da Operação Zaratustra diz que o grupo se valia de uma estrutura deficiente de fiscalização. Além dos delitos já citados, a investigação também avalia lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estas, porém, dependem do Tribunal de Justiça e Procuradoria Geral, uma vez que Iso possui foro por prerrogativa de função. “Mas a parte de improbidade não”, assegura.

Coordenador da Operação, promotor Douglas Cheguery (Foto: MP-GO)

Defesa

Por telefone, o advogado de Iso Moreira, Miron Paula Batista, afirmou que ainda não teve acesso aos autos. Ele diz que conversou brevemente com o deputado, mas que não pode dar nenhuma declaração sobre o tema, neste momento.

Sobre a defesa dos demais citados, ele diz que é pouco provável que assuma os casos. Ele também não soube indicar quem seriam os defensores dos filhos do parlamentar, do ex-prefeito David e dos assessores parlamentares de Iso, Humberto e Carlos.

O Mais Goiás mantém o espaço aberto para qualquer um deles que queira se pronunciar sobre o assunto.

Nota da assessoria de Iso

Mais cedo, a assessoria de Iso Moreira emitiu uma nota. “Em resposta às notícias veiculadas hoje (3) sobre a operação em curso pelo Ministério Público de Goiás, envolvendo o nome do deputado estadual Iso Moreira, este informa que está em contato com sua assessoria jurídica, com o fim de tomar conhecimento das alegações que lhe são imputadas, e que irá se pronunciar oportunamente, tão logo isso ocorra. De acordo com o parlamentar, os fatos relatados serão esclarecidos e demonstrarão que não há conduta incriminatória que possa macular a presente legislatura por ele exercida, muito menos por fatos pretéritos não diretamente vinculados à sua pessoa.”

Saiba mais sobre a investigação