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80% dos homossexuais e bissexuais rejeitam Bolsonaro, e 11% não votam em Lula, diz Datafolha

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é rejeitado por 53% dos brasileiros, segundo a última pesquisa…

Na simulação de segundo turno, petista tem 48%, contra 40% do atual presidente. Lula tem 42% contra 34% de Bolsonaro no 1º turno, diz Quaest
(Foto: Reprodução Veja)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é rejeitado por 53% dos brasileiros, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada. Eleitores que se declaram homossexuais ou bissexuais, no entanto, esse percentual é significativamente maior: 80%.

Enquanto Bolsonaro patina com esse público, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cultiva uma rejeição mínima no público, de 11%. O percentual é menor do que entre o público geral: 36% dizem não votar em Lula de jeito nenhum.

O candidato petista sai na frente nas intenções de voto nesse estrato social. Ele tem a preferência de 76% dos homossexuais e bissexuais, contra 11% de Bolsonaro. Entre os heterossexuais, a distância de Lula para Bolsonaro é menor: 48% e 35%, respectivamente. A margem de erro da pesquisa é de aproximadamente sete pontos percentuais para mais e para menos para esse público específico, uma vez que têm representação menor na amostra, e o índice de confiança é de 95%.

O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, mantém um patamar similar tanto de rejeição quanto de intenção de voto entre homossexuais, bissexuais e heterossexuais.

Falas homofóbicas de Bolsonaro

Bolsonaro coleciona declarações homofóbicas desde quando era deputado federal, o que ajuda explicar o mau desempenho nesse eleitorado. No documentário “Out there”, que fala sobre o avanço da homofobia no mundo, o então parlamentar disse que os “brasileiros não gostam de homossexuais”.

Bolsonaro também afirmou que seus filhos não correm o “risco” de namorar mulheres negras ou virar gays porque foram “muito bem educados”. A fala se deu em uma participação no programa “CQC”, da Band, em 2011.

Já enquanto presidente da República, Bolsonaro afirmou a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada que a linguagem neutra “estimula a molecada a se interessar por essa coisa”.

— Lembra uns dois anos atrás, o pessoal da linguagem neutra, os gays. Não tenho nada contra nem a favor, cada um faz o que bem entender. O que faz a linguagem neutra dos gays? O que soma para a gente? Agora, estimula a molecada a se interessar por essa coisa — afirmou o presidente.

Mais recentemente, durante um discurso a evangélicos na cidade de Imperatriz (MA), o candidato do PL repetiu falas homofóbicas e transfóbicas. Defendeu que “Joãozinho seja Joãozinho a vida toda” e que modelo de família é composto por “homem, mulher e prole”. Afirmou, ainda, que no governo Lula houve tentativa de “desconstrução da heteronormatividade”.

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