Subsídio

Alíquota de IPI de carros deve subir a partir desta 5ª

Se não houver mudanças na última hora, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)…

Se não houver mudanças na última hora, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros vão subir a partir de amanhã. A alíquota dos modelos 1.0 deverá subir de 3% para 7%. Automóveis com motor entre 1.0 e 2.0 passarão a pagar 11%, em vez dos atuais 9%. Nessa faixa de maior potência, com motor só a gasolina, o imposto subirá de 10% para 13%.

A reversão da desoneração dos automóveis será mais um sinal da presidente Dilma Rousseff de adesão a uma nova política econômica. Os descontos nos impostos foram, durante seu primeiro governo, um importante instrumento de estímulo econômico. Como as consequências foram negativas para as contas públicas, a nova equipe econômica busca agora corrigir esse rumo.

Na mesma linha, Dilma também deve vetar a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) a partir de 2015, aprovada pelo Congresso. Nesse caso, deve ser editada uma medida provisória com reajuste menor, de 4,5%.

Embora politicamente importante, a reversão do benefício do IPI terá pouco efeito sobre o resultado da arrecadação federal em 2015. De acordo com a Receita, o total das desonerações do IPI (carros, eletrodomésticos, móveis, materiais de construção e outros), chegou a R$ 10 bilhões de janeiro a novembro deste ano. É pouco, perto do objetivo de fechar o ano com um saldo positivo de R$ 66 bilhões nas contas públicas.

Além disso, nem todos os descontos serão eliminados. O IPI zero para materiais de construção foi tornado definitivo em lei. O imposto dos eletrodomésticos também ficou para ser discutido no próximo ano.

Os estímulos tributários que mais pesaram contra o desempenho da arrecadação em 2014 não serão revertidos. É o caso da desoneração sobre a folha salarial, que reduziu em R$ 17,5 bilhões a arrecadação de janeiro a novembro. A ampliação do Simples para mais setores custou R$ 6,4 bilhões neste ano.

Há dúvidas também sobre o efeito, no caixa, da volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, hoje zerada. Em 2011, último ano em que foi cobrado integralmente, esse tributo rendeu R$ 9,7 bilhões. Ocorre que a principal recolhedora desse tributo, a Petrobrás, detém créditos tributários contra a União. E a lei permite à empresa uma compensação entre o que tem a pagar e o que tem a receber – o que vem ocorrendo.

Problema – Há, segundo informações dos bastidores, um problema adicional. A atual equipe de governo estaria colaborando pouco com a nova turma, de forma que não há braços para construir novas medidas. Aumentos de impostos precisam ser definidos em um ano para serem cobrados no seguinte, como manda a Constituição. O que significa que medidas desse tipo precisariam ser adotadas até hoje para vigorar já em 2015. E isso não deve ocorrer. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)