EDUCAÇÃO

Cinco cursos da UEG alcançam nota 4 no Enade após reestruturação da universidade

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem cinco cursos, entre os 12 avaliados, com nota…

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Reitor interino renunciou cargo após seis meses à frente da UEG (Foto: Divulgação)

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem cinco cursos, entre os 12 avaliados, com nota alta no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que foi divulgado nesta terça-feira (20/10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os cursos obtiveram nota 4 (em uma escala que vai de 1 a 5) com base nas provas realizadas em novembro do ano passado com alunos concluintes. Para o Ministério da Educação (MEC), as notas 4 e 5 são consideradas excelentes.

Além disso, quatro cursos da UEG tiveram nota 3, considerada boa, e apenas três ficaram com nota 2, baixa. Outro fato positivo é que nenhum curso teve nota mínima (1), ou seja, que é uma recomendação para ser suspenso. Universidade colhe frutos de reestruturação recente.

Para a pró-reitora de graduação da UEG, professora Suely Cavalcante, os resultados têm que ser comemorados. “Esses números mostram a consolidação dos cursos da instituição. O que a gente vê é que uma quantidade significativa dos cursos avaliados neste ciclo teve nota 4, o que já pode ser considerado como de excelência”, avalia. “Temos que parabenizar aos professores e alunos pelo excelente trabalho”, conclui.

Os cursos universitários são apreciados em três ciclos pela Enade. Na edição de 2019 do Exame, no caso da UEG, foram avaliados os bacharelados em agronegócio (Edéia), gestão do agronegócio (Mineiros), agronomia (Ipameri e Palmeiras de Goiás), enfermagem (Itumbiara e Ceres), estética e cosmética (Goiânia), farmácia (Itumbiara e Anápolis), fisioterapia (Goiânia), zootecnia (São Luís de Montes Belos), arquitetura e urbanismo (Anápolis), engenharia civil (Anápolis) e engenharia florestal (Ipameri).

Os cursos da instituição com melhor avaliação pelo Enade, todos com notas 4, foram: enfermagem (Ceres), farmácia (Anápolis), fisioterapia (Goiânia), arquitetura e urbanismo (Anápolis) e engenharia civil (Anápolis). Chama a atenção o caso de enfermagem, em Ceres, que subiu de nota 3 (que já é considerada boa pelo MEC) para 4, que é o mesmo conceito do curso de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo. Gestão do agronegócio, em Mineiros, também se destaca por já ter estreado no Enade com nota 3.

Além disso, a UEG vem demonstrando um quadro de estabilidade nas notas em relação aos anos anteriores, inclusive com avaliações altas. Farmácia, engenharia civil e arquitetura e urbanismo, todos em Anápolis, e fisioterapia, em Goiânia, se mantiveram com notas 4 da última avaliação para a atual. Já agronomia, em Ipameri e Palmeiras de Goiás, farmácia, em Itumbiara, e estética e cosmética, em Goiânia, continuaram com notas 3. Enquanto isso, engenharia florestal, em Ipameri, e agronomia, em Edéia, se mantiveram com notas 2. Apenas enfermagem, em Itumbiara, teve redução de nota, de 3 para 2.

Reestruturação

Ao longo de 2019, o Governo de Goiás adotou várias medidas para a recuperação estrutural, administrativa e pedagógica da universidade estadual. No fim do ano passado, por exemplo, foi aprovado um processo de reestruturação, que ainda está em curso. “Temos nos esforçado em várias frentes no sentido de construir uma Nova UEG. Tenho certeza que esse trabalho está rendendo e ainda renderá muitos mais frutos”, explica o reitor interino da UEG, professor Valter Gomes Campos.

O reitor interino analisa que foi positivo o envolvimento da comunidade universitária com o Enade. “Esse resultado também reflete o trabalho das equipes, dos coordenadores, professores e coordenadores pedagógicos, e da participação efetiva e qualificada dos alunos. A UEG tem um enorme potencial e estamos trabalhando no sentido de avançar na qualidade”, explica.

Em função da pandemia de Covid-19, a tendência é que este ano não ocorram provas do Enade. Conforme indicativos do próprio Inep, a data mais provável para realização dos novos testes é em junho de 2021.

Números do Enade 2019

Dentre as 1.225 instituições participantes, 85% (1.039) são privadas, enquanto 15% (186) são públicas. Já entre os 8.368 cursos avaliados, 76% (6.360) são oferecidos em estabelecimentos de ensino privado. Em contraponto, 24% (2.008) são ofertados pela rede pública.

Em relação à modalidade de ensino, os dados revelam que, nas áreas avaliadas em 2019, o estudo presencial continua sendo predominante entre os estudantes que concluíram a educação superior, com 95% (371.692) dos avaliados, contra 5% (18.151) dos que cursaram a graduação por meio da educação a distância (EaD).

No que diz respeito ao perfil socioeconômico dos estudantes concluintes, entre outros aspectos, o levantamento mostra que 60% são beneficiados por subsídios ou financiamentos públicos, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni). Ao todo, 84,6% (329.571) têm entre 18 e 33 anos. Do total de participantes, 55% são mulheres e 45%, homens.

Diagnóstico e mudanças

Um dos responsáveis pela reestruturação da UEG, o titular da Secretaria-Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, aponta que um dos principais problemas da universidade era o excesso de campi. Ao todo, eram 41 distribuídos em diferentes cidades. “Se você comparar com a USP, que é outra universidade estadual e melhor classificada no Brasil, ela tem em torno de 9 a 10 campi. Era uma estrutura gigantesca para um Estado que tem população menor que São Paulo”, diz o secretário, que estava à frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) na época em que o processo de reformas foi iniciado.

“Os cursos não conversavam entre si. Então o que acontecia? Quando um aluno fazia, por exemplo, Administração em uma determinada cidade e, por alguma razão, fazia a transferência para outra, às vezes ele tinha que voltar ou adiantar período porque a grade não combinava. O mesmo curso de administração, se ele existisse em oito lugares, eram oito grades diferentes”, explicou.

Rocha Lima diz que foi feita toda uma reforma administrativa depois disso, reforma curricular. “De 41 (campi) passaram a ser 8 unidades centrais, 9 com a de Anápolis. Os outros locais foram todos mantidos, mas eles passaram a ser unidades de ensino, deixaram de ter estrutura de campus.”

O secretário destaca que também foram criadas a estrutura de institutos acadêmicos para que os professores, em vez de estarem atrelados a determinado campus, ficassem ligados ao instituto, de forma centralizada. A ideia, segundo o secretário, é dar uma uniformidade naqueles cursos que têm uma interação entre si, que fazem parte de determinadas carreiras que têm afinidade.

“Nós estamos caminhando devagar, mas sempre com o objetivo de resgatar e trazer a Universidade Estadual de Goiás para colocá-la no patamar de uma das melhores do Brasil. Esse não será um trabalho que será concluído da noite para o dia, mas que está tendo progressos significativos”, afirma.