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AstraZeneca cogita adaptação em vacina contra variante da África do Sul ainda este ano

Uma versão modificada da vacina contra a Covid-19 de Oxford/AstraZeneca adaptada para combater a variante…

Avião com 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca chega ao Brasil
Meia dose de AstraZeneca pode ser usada como reforço, diz pesquisa (Foto: Divulgação / Oxford)

Uma versão modificada da vacina contra a Covid-19 de Oxford/AstraZeneca adaptada para combater a variante do coronavírus documentada pela primeira vez na África do Sul pode estar pronta no final deste ano, disse uma funcionária da farmacêutica na Áustria em uma entrevista publicada neste domingo.

Sarah Walters, gerente nacional da AstraZeneca no país, disse ao jornal Kurier que os estudos realizados até o momento indicando que a vacina seria menos eficaz contra a variante sul-africana mais infecciosa eram “pequenos demais para tirar conclusões finais”.

— Nesse ínterim, a AstraZeneca e a Universidade de Oxford iniciaram modificações na vacina para a variante sul-africana e esperamos que esteja pronta até o final do ano, caso seja necessário — disse Walters ao Kurier.

Outro estudo, realizado com amostras brasileiras de Manaus e Belém enviadas a pesquisadores de Oxford, no Reino Unido, e publicado em março, confirmou a eficácia do imunizante contra a P1, variante do coronavírus identificada pela primeira vez no Brasil.

Walters culpou os desafios enfrentados atualmente — incluindo atrasos na entrega do imunizante da AstraZeneca na União Europeia — ao “processo complexo” de produção de uma vacina, junto com a demanda extremamente alta decorrente da pandemia do coronavírus.

— Tivemos que trabalhar sem manter um estoque na reserva. Como resultado, não podíamos compensar os imprevistos — disse ela. — Estamos confiantes de que cumpriremos nosso compromisso de entregar 300 milhões de doses à União Europeia este ano.

A entrevista ao jornal austríaco não abordou diretamente as investigações em andamento sobre questões de saúde relacionadas ao imunizante da AstraZeneca.

A UE colocou um rótulo de advertência na vacina sobre sua possível ligação com coágulos sanguíneos extremamente raros, a Dinamarca suspendeu completamente o uso do imunizante e o Reino aconselhou pessoas com menos de 30 anos a receber uma vacina de outro fabricante, além de restrições de idade em outros países.

Reguladores de medicamentos britânicos e da União Europeia disseram que os benefícios gerais do uso da vacina superam quaisquer riscos de coagulação rara.