REPRESENTAÇÃO

“Estão machucadas fisicamente”, diz advoga de meninas agredidas em lanchonete de Goiânia

“Estão machucadas fisicamente.” É o que diz Ana Carolina Fleury, advogada de duas meninas que…

"Estão machucadas fisicamente", diz advoga de meninas agredidas em lanchonete de Goiânia (Foto: Reprodução)

“Estão machucadas fisicamente.” É o que diz Ana Carolina Fleury, advogada de duas meninas que foram agredidas em uma lanchonete na avenida T-10, no setor Bueno, em Goiânia, na madrugada de domingo (16). Uma delas, inclusive, aparece no vídeo sendo atingida no rosto. Segundo a jurista, elas não querem exposição e estão com muito medo.

“Elas não estão bem, não vão trabalhar essa semana. Estão machucadas fisicamente”, destaca Ana. “Uma delas sequer consegue abrir a boca. Está com suspeita de ter quebrado quatro dentes na raiz.”

Para além da questão física, a advogada afirma que elas seguem abaladas. As duas estiveram na manhã de segunda-feira (17) na 4ª Delegacia Distrital de Goiânia. Durante à tarde, outras três vítimas – duas delas já falaram ao Mais Goiás e são representadas por advogados do PT – estiveram no local.

“Fizemos a representação criminal na delegacia e vamos entrar com outras ações. Também faremos o pedido de proteção”, revela Ana.

Como foi a briga

Dois bolsonaristas assumidos agrediram um grupo de eleitores do PT em uma lanchonete de Goiânia, no último sábado (15). A jornalista Júlia Rodrigues de Barros foi um dos alvos. Ela disse ao Mais Goiás que só sofreu violência verbal, diferente de seus amigos.

“Foi horrível. Chegamos de uma festa e paramos na 10 para lanchar. Então, chegaram dois homens e uma garota. Em seguida, chegaram outras pessoas com adesivos do Lula e do PT e esses homens começaram a gritar ‘Bolsonaro’ e a provocar a gente. Nós gritamos ‘Lula’ de volta e as ofensas começaram.”

De acordo com ela, os dois homens passaram a chamá-los de “pobres” e a proferir xingamentos. “Eu discuti, bati boca com eles. Um deles disse para minha amiga que se ela não calasse a boca, ela ‘ia ver’.” Neste momento, Júlia narra que eles foram para cima da amiga dela. O outro amigo das meninas interveio e as agressões começaram.

“O pessoal que chegou depois e estava com a identificação do Lula veio apartar, mas os dois homens começaram a agredir. Um deles começou a bater em uma menina daquele grupo. Eu joguei uma daquelas mesas de plástico, para tentar apartar. Quando eles cansaram de brigar, foram embora”.

Federação PT, PCdoB e PV

A federação PT, PCdoB e PV emitiu nota sobre o ocorrido. Confira:

“A Federação FE BRASIL (PT, PV, PCdoB) repudia os lamentáveis episódios de violência política contra os apoiadores da candidatura do presidenciável Lula. Tais fatos ocorreram na noite do dia 15/10/2022, em uma lanchonete em Goiânia.

A jornalista Júlia Rodrigues de Barros, a jovem Gabriela Rodrigues de Oliveira e amigas, foram covardemente agredidas exclusivamente em razão de seu posicionamento político. Os agressores, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, desferiram vários socos e chutes na jornalista e nas demais pessoas.

O Partido dos Trabalhadores do Estado de Goiás e a Federação Brasil da Esperança se solidarizam com as vítimas, bem com os demais apoiadores da candidatura do ex-presidente Lula. Informa ainda que tomará as pertinentes providências legais junto a Justiça Eleitoral, ao Ministério Público, e a OAB GO vez que um dos agressores é advogado.

O Brasil é uma democracia com eleições livres, onde cada pessoa pode e deve se manifestar sem receio de sofrer agressões de qualquer natureza. Exigimos eleições livres, democráticas e sem violência. O debate político saudável, pautado nas ideias, deve ser o instrumento na disputa do voto.”

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