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Gilmar Mendes: prisão de Lula pela Lava Jato só ocorreu por “pressão midiática”

Decano do STF diz que Lava Jato era "um sistema muito empoderado e bafejado pela mídia"

Gilmar Mendes: prisão de Lula pela Lava Jato só ocorreu por
Gilmar Mendes (Foto: STF - Divulgação)

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse entrevista ao site Brazil Journal na última quarta-feira (21), que Lula só foi preso pela Lava Jato em 2018 por “pressão midiática enorme” dos veículos liberais aliados à força tarefa comandada por Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

Na entrevista, por vários momentos, o ministro cita a aliança entre a Lava Jato e a mídia liberal – “que, posso até dizer, era opressiva” – que resultaram, segundo ele, em injustiças e decisões judiciais erradas.

“Só se liberava alguém da prisão depois de ele confessar crimes. Era um sistema muito empoderado e bafejado pela mídia. Um dado certamente vai ser estudado na história do Brasil”, afirmou Gilmar Mendes.

Como exemplo, o ministro citou o julgamento sobre a prisão após decisão de segunda instância, em 2018, que foi deixado de lado na pauta para se julgar especificamente o habeas corpus impetrado pela defesa de Lula.

Além da mídia, a corte foi pressionado pelo ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

“No julgamento da questão da 2ª instância [se os réus deveriam ser presos após condenação na 2ª instância ou apenas depois da ação transitada em julgado, isto é, quando não cabe mais recurso], houve aquela pressão midiática enorme”, contou Mendes.

Perguntado sobre “pressão em relação a que tema”, o ministro seguiu.

“O caso era o do habeas corpus impetrado pela defesa de Lula. O STF precisava julgar a questão do habeas corpus. A ministra Rosa Weber disse que não julgaria se fosse só o habeas corpus, e não a ação declaratória, portanto, ela manteria a orientação do plenário, em que a execução da prisão em segunda instância era válida. Se viesse a ADC (Ação Direta de Constitucionalidade) do habeas corpus, ela manteria seu voto. O resultado é que a ministra Cármen Lúcia decidiu pautar só o habeas corpus, que foi definitivo para colocar o Lula na cadeia”, disse Mendes.

Segundo o Gilmar, a pressão da mídia liberal “explica todo esse entorno, essa ambiência opressiva”, surtiu efeito.

Leia a entrevista na íntegra no site Brazil Journal.