HOMICÍDIO

Homens viram réus por matarem empresário em Goiânia para não pagar dívidas

Edgar acumulou uma dívida de cerca de R$ 320 mil com Brunno e, na intenção de não pagá-la, contratou Henrique para assassiná-lo

Edgar Silva Primo e Henrique Pacheco de Almeida viraram réus por matarem Brunno Baylão Lobo para não pagar dívidas que tinham com a vítima. O empresário foi morto no dia 15 de fevereiro desse ano, por volta das 18h30, no Residencial Junqueira, em Goiânia.

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara também decretou a prisão preventiva dos dois, determinando o imediato cumprimento pela autoridade policial responsável.

A denúncia oferecida contra Edgar e Henrique os acusou de homicídio doloso com duas qualificadoras, ou seja, circunstâncias que agravam o crime e, portanto, aumenta a pena. No caso, por terem agido por motivo torpe e com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Edgar devia R$ 320 mil ao empresário e mandou matá-lo

Segundo apontaram as investigações, Edgar é proprietário de uma empresa de laticínios e fornecia queijos a Brunno (vítima), que os revendia para redes de supermercados da região Metropolitana de Goiânia.

Além disso, a vítima intermediava descontos de cheques de Edgar com alguns agiotas. Com esses negócios, Edgar acumulou uma dívida de cerca de R$ 320 mil com Brunno e, na intenção de não pagá-la, contratou Henrique para assassiná-lo, pelo valor de R$ 15 mil.

A primeira tentativa frustrada de praticar o crime ocorreu no dia 14 de fevereiro quando, seguindo orientações de Edgar, Henrique chegou à empresa de Brunno, se identificou como entregador do Mercado Livre e pediu a um funcionário que chamasse a vítima. Desconfiado, o funcionário disse que Brunno não estava no local. Assim, Henrique deixou a “encomenda”, uma caixa de máscaras que a vítima não havia adquirido, e saiu do local.

Diante disso, Edgar e Henrique decidiram tentar novamente a execução de Brunno no dia seguinte quando, por volta das 5h30 da manhã, o primeiro chegou à residência da vítima para fazer uma suposta entrega de queijos, enquanto Henrique se posicionou a determinada distância, munido de arma de fogo, aguardando o momento de agir. No momento em que Brunno abriu o portão da garagem e manobrou o carro para fora, a fim de receber os queijos, Henrique desferiu vários tiros em sua direção, os quais causaram sua morte.

Prisão preventiva

Ao receber a denúncia, que assim dá início à ação penal contra a dupla, Jesseir Coelho observou estarem presentes, nos documentos juntados pelo MPGO, provas suficientes de suas alegações. Com relação à prisão preventiva de ambos, o magistrado pontuou que, diante da gravidade do crime, mantê-los em liberdade atentaria contra a ordem pública.

“Além disso, há indícios nos autos de que a liberdade dos acusados poderá comprometer a produção de provas, ameaçando as testemunhas que ainda serão ouvidas perante este juízo, o que revela a necessidade da medida por conveniência da instrução criminal”, salientou.