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Ipasgo cita irregularidades e descredencia Oncovida e Ingoh da rede de atendimentos; unidades negam

O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) descredenciou a Oncovida e o…

O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) descredenciou a Oncovida e o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh) da rede de atendimentos do plano de saúde. A decisão foi tomada após descumprimento de contrato e danos ao erário. Desde quarta-feira (16), as unidades, que negam irregularidades, não podem mais receber beneficiários da autarquia. Atendimentos são garantidos pelos próximos seis meses apenas para pacientes que já estão em tratamento nestes locais.

Segundo o Ipasgo, a decisão pelo rompimento dos contratos foi tomada de forma unânime, em votação colegiada, pelo Conselho Deliberativo do plano de saúde. De acordo com a autarquia, foram comprovadas irregularidades que resultaram em perdas superiores a R$ 27 milhões aos cofres do instituto. As condutas, identificadas durante inspeção da Controladoria-Geral do Estado (CGE), estavam em apuração desde 2019. Os casos ocorreram entre os anos de 2014 e 2016.

Irregularidades

De acordo com o processo administrativo aberto para apurar os indícios e que confirmou as suspeitas apontadas pela Controladoria, o Ingoh recebeu de modo indevido mais de R$ 23 milhões. Esse valor seria resultante da suspensão do desconto de 15% nos valores cobrados por materiais e medicamentos; de sobretaxa de 32,18% na Tabela Ipasgo e de pagamentos de valores 17% acima da tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

Além disso, houve cobrança de taxa de sala em situações não previstas em contrato. Só a suspensão do desconto contratual de 15%, por exemplo, resultou no pagamento indevido de R$ 10,4 milhões ao Ingoh.

Já em relação à Oncovida, foi identificado prejuízo superior a R$ 4 milhões, por meio de faturamento de medicação com preços distintos do contratado; sobretaxa das salas de quimioterapia e também da não aplicação do desconto de 15% nos serviços prestados, conforme previsto no contrato.

Sanções

Depois das constatações de beneficiamento ilícito dos prestadores, desvirtuamento do objeto contratual e enriquecimento sem causa, o Conselho Deliberativo decidiu pela rescisão unilateral dos contratos.

Além disso, aplicou sanção que proíbe ambos prestadores de contratar ou licitar com o Governo de Goiás nos próximos dois anos e também determinou a devolução dos valores indevidamente pagos com recursos públicos. Os montantes já estão retidos de forma cautelar.

Em atendimento à Solicitação de Ação Corretiva (SAC), feita pela Controladoria, o Ipasgo reteve os valores nas faturas, que deveriam ser pagas a esses prestadores, até que fosse decidido se os mesmos permaneceriam nas contas do instituto ou se seriam pagos às empresas, caso não ficassem demonstradas as irregularidades.

O Ipasgo também expediu resolução e notificou os dois prestadores sobre as decisões do Conselho Deliberativo e as penalidades aplicadas. Agora, o instituto apura os indícios de conflito de interesse nas auditorias realizadas nas contas do Ingoh e Oncovida e também abriu processo de sindicância para investigar as autorias e esclarecer os fatos que resultaram nos danos aos cofres públicos.

Outro lado

Em nota (veja íntegra abaixo), o Ingoh disse que as decisões foram arbitrárias e chamou as acusações de “caluniosas”. O Instituto afirmou que decidiu manter normalmente o atendimento aos usuários do Ipasgo, “para que não tenham prejuízos em seus tratamentos”.

“Acusações caluniosas de que haveria cobrança indevida ou sobrepreço em nosso atendimento serão desmentidas ao longo do devido processo legal, como aconteceu com acusações anteriores. Lamentamos a decisão unilateral e arbitrária do Ipasgo, que causa transtorno para uma população bastante vulnerável”, diz trecho.

Já a Oncovida disse não teve seus direitos constitucionais de contraditório e ampla defesa respeitados durante o processo administrativa e que não houve apuração de autoria e materialidade dos fatos a empresa imputados.

A unidade ressaltou que “jamais agiu em desconformidade com a lei e com as próprias normas do Ipasgo, recebendo sempre conforme a tabela que já previa o desconto de 15%”.

“A Oncovida sempre atendeu os usuários do Ipasgo no estrito limite das autorizações dadas pela autarquia, bem como recebeu seus pagamentos pelos serviços prestados conforme tabela […] sendo assim, vamos acionar os meios judiciais cabíveis”, finalizou.

Nota do Ingoh:

Diante de decisões arbitrárias e tendo a saúde de nossos pacientes como prioridade máxima, o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) informa que decidiu manter normalmente o atendimento a todos os usuários do IPASGO para que eles não tenham prejuízo em seus tratamentos.

Acusações caluniosas de que haveria cobrança indevida ou sobrepreço em nosso atendimento serão desmentidas ao longo do devido processo legal, como aconteceu com acusações anteriores. Lamentamos a decisão unilateral e arbitrária do IPASGO, que causa transtorno para uma população bastante vulnerável.

Há 55 anos, o INGOH presta serviços de saúde pautados pela qualidade, humanidade e preço justo. Por isso, conquistou a credibilidade que tem junto à população de Goiás e a satisfação de milhares de clientes. Guiado por princípios morais e compromisso com a bioética, o INGOH vem sendo alvo de campanha difamatória que visa abalar a nossa imagem, mas as calúnias não prosperam na Justiça quando os fatos são investigados.

Seguiremos trabalhando pela saúde das pessoas e oferecendo serviços de qualidade, como fazemos há mais de meio século de atividades.

Goiânia, 17 de novembro de 2022
Assessoria de Comunicação | INGOH

Nota da Oncovida

A Oncovida durante todo o trâmite do processo administrativo não teve seus direitos constitucionais de contraditório e ampla defesa respeitados e não houve apuração de autoria e materialidade dos fatos a empresa imputados.

A Oncovida sempre atendeu os usuários do Ipasgo no estrito limite das autorizações dadas pela autarquia, bem como recebeu seus pagamentos pelos serviços prestados conforme tabela do IPASGO.

Reiteramos que a empresa jamais agiu em disformidade com a lei e com as próprias normas do IPASGO recebendo sempre conforme a tabela que já previa o desconto de 15%.

Sendo assim, vamos acionar os meios judiciais cabíveis.