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Juiz pede exame de insanidade mental a jovem que matou o ex-sogro em farmácia de Goiânia

O juiz Antônio Fernandes de Oliveira pediu um exame de insanidade mental ao jovem Felipe…

Felipe Gabriel Jardim Gonçalves
Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás

O juiz Antônio Fernandes de Oliveira pediu um exame de insanidade mental ao jovem Felipe Gabriel Jardim, de 26 anos. O rapaz está preso desde o final do mês de junho deste ano, porque matou o ex-sogro, João Rosário Leão, com um tiro na cabeça dentro de uma farmácia de Goiânia. O Ministério Público denunciou o jovem por homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma. A denúncia foi aceita pela Justiça.

Na decisão, o magistrado disse não ver indícios de que a sanidade mental de Felipe estava comprometida no dia do crime. Até porque, o jovem passou por exames psicológicos para tirar porte de arma e, também, ao ser nomeado com cargo na prefeitura.

Vale mencionar que o pedido de exame de insanidade mental é, segundo as especialistas, uma tentativa válida e que toda pessoa tem direito. No entanto, ele não significa que, automaticamente, o investigado é inocente por não ter consciência de seus atos. Na realidade, o resultado do exame poderá, inclusive, mostrar que aquela pessoa investigada sabia exatamente o que estava fazendo quando cometeu o crime.

A defesa de defesa de Felipe enfatizou que ele “tem graves transtornos psiquiátricos” desde criança e, por isso, não estava em sã consciência quando atirou em João. O advogado pediu o exame de insanidade mental e a internação dele “em um hospital adequado”.

O magistrado solicitou que a defesa de Felipe entregue o prontuário médico da clínica que o atendia quando criança. Também determinou que a mãe dele seja curadora no processo. O juiz também marcou uma audiência de instrução e julgamento para 1º de dezembro.

Relembre

Felipe teve um relacionamento sério com Kênnia Yanka por cerca de 1 ano. A mulher é filha de João do Rosário, que foi assassinado no dia 27 de junho. O relacionamento foi marcado por abusos psicológicos e ameaças da parte de Felipe.

Dois dias antes do homicídio (25/06), Felipe teve uma discussão violenta com Kênnia e a família dela. Eles haviam chegado em na casa da vítima depois de terem passado por duas festas juninas, ocasião em que o atirador queria ir embora. Namorada e o sogro pediram que o casal dormisse lá porque Felipe estava bêbado. Irritado, ele apontou uma arma para o sogro e para Kênnia e, depois, atirou para cima. Depois disso os dois terminaram o namoro.

 

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Na manhã seguinte (26/06), João do Rosário foi até a delegacia e denunciou o Felipe por disparar a arma para o alto e também por ameaça. Kênnia afirma que o pai tinha um plano de se preparar para qualquer represália de Felipe, quando a denúncia chegasse ao conhecimento dele dias depois. João do Rosário era um policial civil aposentado e conhecia o processo das denúncias. Porém, não houve tempo para que a vítima se protegesse, pois o rapaz descobriu sobre a denúncia antes do previsto.

O delegado do caso, Rhaniel Almeida, afirma que Felipe tem um amigo que é soldado do 42º Batalhão da PM. Este homem lhe fornecia acesso contínuo ao sistema de boletins de ocorrência das polícias goianas. Na segunda-feira (27), o soldado da PM contou à Felipe da denúncia do ex-sogro. Pouco antes de cometer o crime, o jovem ligou para Kênnia e avisou que mataria o pai dela por isso.

Câmeras de segurança da farmácia registraram o momento do crime. Felipe entra, surpreende o ex-sogro enquanto aponta uma arma. Ele atira na cabeça do idoso. Depois, salta sobre o balcão e atira novamente. Em seguida, foge. João do Rosário foi atingido no peito e na cabeça.

Felipe Gabriel foi localizado e preso três dias depois do crime, quando foi achado na casa de parentes.