Mortes por temporal chegam a oito, e SP ainda tem 200 mil imóveis às escuras
Enel diz que vai restabelecer energia 'para quase todos' hoje; número de domicílios afetados pela chuva chegou a 4,2 milhões

Cerca de 200 mil imóveis na região metropolitana de São Paulo continuam com o fornecimento de energia elétrica interrompido nesta terça-feira (7), de acordo com atualização feita pela Enel por volta das 8h.
O apagão, que começou na última sexta (3), quando uma tempestade atingiu a capital paulista, entra no 5º dia.
Significa que 200 mil imóveis –entre residências e comércios– enfrentam o segundo dia útil da semana às escuras. Fato que tem gerado indignação e prejuízo em parte da população.
O número de endereços ainda sem energia elétrica, de acordo com a concessionária, é referente a 24 municípios da região metropolitana de São Paulo.
Em nota, a Enel afirmou que o fornecimento de energia havia sido reestabelecido para quase 90% dos domicílios afetados —ao todo, disse, o apagão na sexta-feira atingiu 2,1 milhões de clientes e 1,9 milhão estavam com o problema resolvido por volta das 8h desta terça.
A empresa afirmou que o vai normalizar o fornecimento “para quase a totalidade dos clientes até esta terça, conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)”.
Segundo a Enel, profissionais de empresa estão trabalhando 24 horas nas ruas. “Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual”, afirma.
Em todo o estado, o número de domicílios afetados em algum momento após a chuva chegou a 4,2 milhões. Do total, cerca de 500 mil ainda continuavam sem energia no fim da tarde desta segunda (6) –para 3,7 milhões de endereços (88%), a luz já havia voltado.
O cenário culminou em uma reunião, marcada para esta segunda-feira, entre o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, representantes das distribuidoras de energia e do Executivo paulistano para “discutir ações futuras e medidas preventivas para deixar a rede de distribuição menos vulnerável aos eventos climáticos”.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) conversou com a imprensa após reunião com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e representantes do setor elétrico que durou mais de três horas na tarde desta segunda.
Ele criticou a atuação da Enel na gestão da crise, destacando que prestadores de serviços em outras regiões do estado já tinham restabelecido até 100% da energia aos seus clientes no sábado (4), enquanto a distribuidora que atua na capital ainda não tinha religado a luz para cerca de 300 mil domicílios até a noite desta segunda.
Ao final da reunião com representantes do setor elétrico, as gestões Nunes e Tarcísio receberam a promessa da Enel que o serviço seria totalmente restabelecido nesta terça, que já havia sido anunciado pela empresa.
Tarcísio mencionou como um dos principais avanços a elaboração de um plano de manejo e poda de árvores, com a cooperação das prestadoras do serviço.
Um projeto de lei deverá ser encaminhado à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para tratar do tema.
O governador também afirmou que as empresas devem ressarcimento a pessoas que tiveram prejuízo, com destaque para estabelecimentos comerciais que não puderam funcionar ou perderam mercadoria. O formato dessa indenização será discutido nos próximos 30 dias.
MORTES NO ESTADO PELAS CHUVAS CHEGAM A 8
O temporal que alçou ao caos a maior cidade do país teve ventos que chegaram a 100 km/h. Agentes da administração ainda trabalham para reparar os danos.
Nesta terça (7), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil confirmaram a oitava morte em decorrência das chuvas no estado: uma pessoa que foi atingida por uma árvore na sexta-feira (3) em Ibiúna, estava internada e não resistiu.
A Secretaria de Estado da Educação afirma que 25 escolas estaduais continuam sem fornecimento de energia. São 14 unidades na capital e 11 no interior do estado. Em 14 escolas as aulas ocorrem de forma remota.