MATERNIDADE DONA IRIS

Mulher que ficou com restos de placenta após parto terá indenização, em Goiânia

O juiz José Proto de Oliveira condenou o Município de Goiânia e o Hospital e…

Juiz condena município e maternidade a a indenizar mulher que ficou com restos de placenta após o parto

O juiz José Proto de Oliveira condenou o Município de Goiânia e o Hospital e Maternidade Dona Iris a indenizar uma mulher que ficou com  restos de placenta no útero quando foi internada para a realização de um parto. Ela irá receber R$ 20 mil reais por danos morais.

Conforme o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), a mulher sustentou que no dia 23 de março de 2019, com 40 semanas e dois dias de gestação, começou a sentir fortes contrações uterina e, com dilatação total, procurou o Hospital e Maternidade Dona Iris quando foi internada para o procedimento de parto normal.

Ela disse que mesmo com o cordão umbilical enrolado no pescoço, a criança nasceu com saúde e sem complicações, três dias após a internação. Conta que nas primeiras horas após o parto, começou a sentir febre, queda de pressão arterial, tontura, desmaios, dores abdominais e sangramento excessivo com odor e, mesmo assim, não lhe foi dada a devida atenção, sendo informada que os sintomas eram normais e logo recebeu alta hospitalar.

Segundo ela, as dores e o odor da vagina se intensificaram, assim como perda considerável de sangue. Diante desse quadro, entrou em contato com a maternidade, via telefone, quando informada que o sangramento nos primeiros dias após o parto era normal.

Como a hemorragia não foi contida, ela foi socorrida no dia 4 de abril pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já totalmente debilitada. Submetida a uma ultrassonografia, foi constatado restos de placentas na região do útero, tendo sido internada em caráter de urgência para procedimento de curetagem.

Porém, o Município de Goiânia sustentou que a mulher foi atendida em várias unidades de Saúde fora de sua jurisdição e, no mérito, defendeu não haver nexo de causalidade entre o dano e a suposta conduta médica.

Ao fundamentar a sentença, o juiz José Proto de Oliveira ressaltou que o § 6º, do artigo 37 da Constituição Federal (CF), dispõe que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causaram a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Conforme o juiz observou, no presente caso foi deixado restos de placenta no abdome, durante a realização do parto, evidenciando a conduta do município e o evento danoso, sendo devida a indenização nos termos do artigo artigo 37º da CF.

“É incontroverso que a autora deu à luz no Hospital e Maternidade Dona Iris, consoante documento “Partograma” acostado e que recebeu alta no dia 28 de março de 2016, atestando ainda a “dequitação completa da placenta”, melhor dizendo, a expulsão da placenta de dentro do útero que ocorre após a saída e nascimento do bebê”.

Desse modo, é inegável a culpa na conduta do médico responsável pela realização do parto, devendo o ente público indenizar a autora pelo dano moral sofrido, por este ser o responsável pela prestação do serviço.

O Mais Goiás entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia e com o Hospital e Maternidade Dona Iris e aguarda resposta.

*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira

*Com informações do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO)